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Santa Bárbara prepara nova festa ao filho ilustre

Graças a Cielo, cresce a busca pelo esporte na cidade

Por Bruno Deiro e SANTA BÁRBARA
Atualização:

A nova conquista de César Cielo torna ainda mais forte a figura do filho mais ilustre de Santa Bárbara d?Oeste, no interior do Estado. No Esporte Clube Barbarense, que revelou o novo campeão mundial dos 100 m livre, o número de inscritos na natação aumentou em 50% desde o ouro de Cielo em Pequim, em agosto do ano passado. Na hora da prova, todos acompanharam com os olhos atentos na televisão a mais um feito histórico do ídolo barbarense. Com o novo recorde, a prefeitura promete para a chegada de Cielo à cidade uma carreata e recepção festiva semelhante àquela organizada em 2008, após a conquista do ouro olímpico. Na ocasião, o campeão desfilou em carro aberto e foi recebido por uma multidão nas ruas de sua cidade natal. "Um ou outro fala em Phelps, mas quase todas as crianças que chegam querem ser iguais ao Cielo", garante Ricardo Luchiari, técnico de natação do clube. "Até no Masters, com o pessoal mais velho, aumentou bastante o número de nadadores." Luchiari acompanhou o surgimento do ídolo nas modestas piscinas do Barbarense e diz que duas características são marcantes em Cielo desde a infância: humildade e capacidade de concentração. "Ele sempre teve um impressionante preparo mental", elogia o técnico. "E, mesmo indo bem, nunca desmerecia os rivais. Virava apenas para o técnico e dizia: ?Essa prova é minha, vou ganhar.? E ganhava mesmo." O treinador conta que até o desempenho do clube em competições de natação está cada vez melhor, motivado pela inspiração que Cielo se tornou para os jovens. "Ele serve como espelho. A determinação com que treina e as conquistas que obteve fazem os mais novos sonhar." AVÓ ORGULHOSA Em Campinas, a façanha de Cielo em Roma foi recebida com modéstia pela avó do campeão Olga Maria Valério de Brito Lira, 69 anos. Proprietária de uma banca de jornal no centro da cidade, ela passou o dia de ontem agradecendo as felicitações de fregueses e vizinhos. Assim como na conquista do neto do ouro olímpico em Pequim, ela não conseguiu assistir à prova ao vivo. "O rapaz de uma televisão daqui disse que ia trazer uma TV para eu acompanhar aqui na banca, mas não deu certo", lamentou. "Vou ter de assistir no jornal da noite." Ela conta que tem guardado recortes com todas as reportagens sobre Cielo, retiradas de revistas e jornais que separa da banca. "Amanhã (hoje), vou procurar tudo o que sair sobre ele." Mesmo orgulhosa do neto, ela diz que não vai às lágrimas a cada conquista. "Sou muito tranquila. Ganhando ou perdendo, é preciso manter a calma." A simplicidade herdada por Cielo, garante, é o segredo do sucesso nas piscinas. "Ele é humilde como eu, não fica deslumbrado e não gosta de bajulação." Dona Olga até minimizou o choro do neto, que emociona o País a cada feito. "Ah, ele sempre chora muito, à toa", brinca a avó, que promete reunir os parentes amanhã para ver a prova dos 50 metros livre. "A família é pequena, mas vai torcer junto."

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