26 de junho de 2010 | 00h00
Esperava muito mais desse jogo, raro em Mundiais - na única ocasião em que haviam se encontrado no torneio, a seleção levou tunda de 3 a 1, há quase 44 anos! Mas saí decepcionado do belo estádio de Durban, assim como a maioria dos 62 mil torcedores que gastaram seus dólares, reais, euros, rands e sei lá que moedas mais, para ver o desafio patrício. Sobraram tensão e botinadas, especialmente no primeiro tempo; faltou futebol. Não foi por acaso que brasileiros e portugueses deixaram o campo sob vaias. Curioso ver, mais tarde, cada treinador empurrar para o adversário a responsabilidade pelo jogo truncado.
Dunga cumpriu seu papel de incentivador do grupo que trouxe para cá e elogiou o comportamento do time. Não se poderia esperar outra postura; seria a negação de sua função e preferências. Mas talvez esteja com a pulga atrás da orelha. Os reservas que colocou para jogar tornaram mais evidente a falta que fazem Kaká e Robinho, os criadores da trupe, e mesmo Elano, o motorzinho do meio-campo.
Júlio Baptista teve chance de mostrar serviço e se enrolou: não armou, não lançou, não chutou. Não se desvencilhou do papel de coadjuvante numa seleção em que faltam solistas. Daniel Alves começou como titular pela primeira vez e teve desempenho discreto. Josué atuou mais de meio tempo e não quis se comprometer: ficou no seu setor só a cortar bolas que passassem por lá. Atrevimento? Nem pensar. Ramires e Grafite jogaram pouco.
O Brasil cumpriu trajetória de poucos sustos na primeira fase, e isso era esperado. Também não manteve a regularidade - nem aí saiu do script. Oscilou, como os demais, mas se saiu bem pela qualidade de seus jogadores e pela fragilidade dos outros. Deu para o gasto. A partir de agora não se permitem erros. Pois é quando de fato começa a Copa do Mundo.
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