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São José e Curitiba decidem neste sábado o Brasileiro de Rúgbi

Com investimento em trabalhos sociais e nas categorias de base, equipes colhem os frutos na final do Super 10 em São Paulo

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Por Paulo Favero
Atualização:

O Campeonato Brasileiro de Rúgbi será decidido neste sábado, às 13h, no estádio Nicolau Alayon, em São Paulo, em uma final inédita entre São José Rugby e Curitiba Rugby. As duas equipes que disputarão o título do Super 10, o principal torneio nacional da modalidade, são também as que mais investem em projetos sociais. E isso se reflete na revelação de talentos.

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Nos últimos três anos, tanto no masculino como no feminino o Curitiba Rugby foi campeão paranaense em todas as categorias de base, cedendo, inclusive, jogadores para a seleção brasileira. Já o São José é o segundo maior campeão brasileiro em número de conquistas, com oito taças.

O centro Pedrinho, do São José, é um exemplo de como os projetos sociais da equipe podem dar bons frutos. Ele começou a jogar aos nove anos em um time de bairro, o Caic. Não era de família com muitas posses, e só pôde treinar porque o time oferecia condições. "Meu irmão começou, fui vê-lo jogando e o treinador me chamou para praticar. Acabei gostando. Fazia também judô, fique dois anos nas duas modalidades, mas depois preferi o rúgbi", conta. "Naquela época não imaginava que chegaria longe, achava que seria só por lazer. Agora estou até na seleção brasileira."

O São José é famoso por incentivar projetos sociais. A melhor jogadora de Rúgbi Sevens, modalidade olímpica, é Edninha, que também começou a jogar no bairro e hoje é titular absoluta da seleção brasileira – onde tem a companhia de outras quatro colegas de time: Zazá, Cleice, Karinão e Marianinha. No masculino, além de Pedrinho estão Portugal, Moisés, Rivaldo e Tanque. E na seleção de XV estão ainda Nelsinho, Sandy e Grilo. "Aprendi muita coisa em projeto social, dentro e fora de campo. Foi importante para minha carreira", diz Pedrinho.

Do outro lado está Lucas Willian, o Mussum, que participou do programa VOR (Vivendo o Rugby), do Curitiba. O projeto foi criado há cinco anos e trabalha com centenas de crianças de escolas públicas na capital paranaense, algo parecido com o que faz a Associação Hurra! na cidade de São Paulo.

O VOR procura levar a modalidade esportiva para crianças que não teriam acesso a ela, e acaba descobrindo talentos. Foi assim com Thiago, que está na seleção juvenil masculina, e as jogadoras Juliana Carneiro, Maria Vitória e Camila Izabel.

O próprio Pedrinho reconhece o valor do projeto social do adversário. "Curitiba tem um projeto bem forte, tenho vários amigos de lá que estão na seleção comigo. Era um time que não era potência, mas investiu muito nas categorias de base e progrediu. É um time novo e que tem futuro."

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DESFALQUE

O melhor jogador brasileiro de rúgbi e grande destaque do São José não poderá estar em campo neste sábado porque vai se casar em Campos do Jordão. Lucas Duque, o Tanque, já havia marcado a data com muita antecedência e será um desfalque importante. Seu irmão Moisés também não vai jogar, porque foi expulso na semifinal contra o Desterro.

Para Pedrinho, serão duas grandes ausências na equipe. "Ele e o irmão não jogarão e farão muita falta. Quando acabou o jogo, o Tanque ficou bem triste, mas veio conversar comigo e falou que temos de ganhar de qualquer jeito. No ano passado a gente perdeu na semifinal e este ano treinamos bastante para a decisão."

Além de colocar frente a frente duas equipes que investem em projetos sociais e são patrocinadas pelo Grupo CCR, a decisão terá um gostinho especial para os irmãos Sábados, do São José, e Tom, do Curitiba, que se enfrentam dentro de campo. Outro detalhe é que os times são comandados por técnicos estrangeiros, mostrando que existe um investimento para melhorar o nível do esporte no Brasil.

O canal SporTV vai transmitir ao vivo, e o ingresso é a doação de um quilo de alimento.

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