São Paulo recebe nesta sexta-feira etapa do X Games

Noventa atletas do skate, BMX e moto exibem suas habilidades para o público brasileiro

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Por Daniel Brito e Glenda Carqueijo
Atualização:

O conceito de esporte é tão abrangente que tem espaço suficiente para reunir desde pentatlo, a natação, passando por futebol, basquete, até chegar em skate, ciclismo BMX e motociclismo em seu estado mais radical.Para a maioria das modalidades existe um evento gigantesco chamado olimpíada. Para aquelas menos convencionais foi criado, há 13 anos, nos Estados Unidos, o X Games.   É exatamente a versão com maior dose de adrenalina que aterrissa em São Paulo nesta sexta-feira. A competição é uma etapa do Circuito Mundial, que também é realizado em Dubai, Xangai, México e Los Angeles, terra natal do X Games. A partir de 11h30 desta sexta até 18h de domingo, 90 atletas do skate, BMX e moto exibem suas habilidades em local inusitado.   A passarela do samba, no Anhembi, recebeu toneladas de madeiras encaixadas de maneira cartesiana para formar a pista para o skate e o BMX vertical, também chamado de half Pipe.   Cento e cinqüenta caminhões de terra para a formação da rampa do Moto X, modalidade em que o atleta que fizer a manobra mais impressionante no ar e pousar sem susto, é o campeão.   Para dar um toque paulista ao evento, o pessoal da bike e do skate vai disputar a modalidade street em obstáculos construídos à imagem e semelhança daqueles vistos na Praça da Sé e na Praça Roosvelt, berço de renomados skatistas da cidade e que viveu seu auge como point no início da década passada.   Tudo bem que o X Games não tem a mesma magnitude de uma olimpíada, mas será assistido in loco por 40 mil pessoas, sendo oito mil turistas. Além disso, vai distribuir R$ 400 mil em premiação.   Os próprios participantes assumem a condição de evento mais importante da temporada. "Não tenho nenhuma dúvida em afirmar que é a nossa olimpíada", cravou o britânico Simon Tabron, do BMX. Ele acumula sete medalhas na modalidade no X Games de Los Angeles.   A competição é vista como a apoteóse para os mais calejados, como Tabron, e para os novatos, como Derek Garland, de 22 anos. "Não existe outro lugar para competir onde o nível seja mais alto do que o X Games", confirmou o estreante.   PEQUIM Já que estamos falando em olimpíadas, Sandro Dias, o Mineirinho, astro local do skate, ao lado de Bob Burnquist, confessou que está "meio zuado" por causa do fuso horário em relação à China. No último final de semana ele competiu em Pequim. "Pequim, a propósito, foi tema de um pequeno debate entre os brasileiros. Burnquist recusou-se a competir na China em protesto. "O mundo está em guerra e o esporte serve para unir as pessoas. Não fui a Pequim por causa do desrespeito aos diretos humanos e o conflito com o Tibete", justificou o skatista que, ironicamente, mora nos Estados Unidos, um dos países mais criticados por causa de sua política externa.   Mineirinho faz parte de uma comissão que pleiteia junto ao Comitê Olímpico Internacional (COI) a inclusão do skate no programa olímpico. "Acho que não vai rolar nem 2016", admitiu Mineirinho.   Já Burnquist é contra o movimento. "Skate só pode ser olímpico se for do nosso jeito", defendeu. Ele se referiu à crítica de Tabron sobre as alterações no BMX ao ser adicionado aos Jogos de Pequim. "Seria importante que se mantivesse as raízes do BMX", alfinetou o britânico, na entrevista coletiva desta quinta.

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