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Scheidt chega e só pensa em descansar

Após ter conseguido a façanha do bicampeonato olímpico com a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas, o iatista brasileiro foi homenageado em São Paulo e ainda não quer pensar no futuro.

Por Agencia Estado
Atualização:

Robert Scheidt tirou um peso das costas com a conquista do ouro olímpico da Classe Laser em Atenas. Chegou nesta quarta-feira em São Paulo dizendo que a derrota para Ben Ainslie, em Sydney/2000, estava engasgada, mas que já realizou tudo o que queria para sua carreira. Agora, quer descansar, curtir a medalha e velejar, para então pensar em novos desafios. "Largar a Laser vai ser muito difícil porque essa categoria me deu muita alegria. Mas ainda é muito cedo para dizer o que vou fazer. Até mesmo porque as classes olímpicas só serão divulgadas em novembro", desconversa Scheidt. ?A Laser sempre vai morar no meu coração. Não posso dizer o que vou fazer ainda. Quero descansar e estudar as possibilidades.? Neste ano, o velejador ganhou todos os dez torneios que disputou. Com tantos compromissos, quem comemora a pausa nas competições é a namorada, Carol Nunes, que foi a Atenas e voltou um dia antes que Scheidt. "Tive de voltar para trabalhar", diz. Sobre o assédio ao namorado, que nesta segunda-feira ficou mais de uma hora distribuindo autógrafos para crianças levadas por um de seus patrocinadores, Carol brincou: "Tudo bem, eu espero na fila. No fim de semana vou comemorar meu aniversário, espero que sobre um tempinho para ficarmos juntos." O fato de ter se igualado a Adhemar Ferreira da Silva, que conquistou duas medalhas de ouro em Jogos, dá orgulho a Scheidt, mas ele garante que nada muda com o resultado: "Desde Sydney o pessoal falava nisso, em igualar a marca do Adhemar. Mas eu não pensava nisso. Pensava em dar o meu melhor, e fui para Atenas para buscar uma medalha, não necessariamente de ouro. Mas prefiro pensar que podemos ter outros bicampeões, porque ainda temos o Giovane e o Maurício, do vôlei, para torcer. Para mim, é uma honra poder proporcionar essa alegria aos brasileiros." Apesar do feito que conquistou, Scheidt mantém os pés no chão sobre o futuro da vela no Brasil. "Acho que a curto prazo é muito difícil falar em popularização da vela. Sei que isso é muito difícil. Em Atenas, as regatas apareceram bastante nas tevês, e isso é importante. Com isso, podemos aumentar o conhecimento do público sobre a vela, para criarmos mecanismos para as crianças começarem a velejar, na Classe Optmist. Espanto - Espero que a vela consiga capitalizar esse resultado em um melhor trabalho de base, para que no futuro surjam novos expoentes no iatismo", ressaltou. Em Atenas, Scheidt acredita que o Brasil tenha levado sua equipe mais forte na vela. Ele deixou escapar surpresa quando soube do resultado de Ricardo Winicki, o Bimba, na Mistral: "Não sei o que houve com o Bimba na última regata, mas acho que o quarto lugar em uma Olimpíada é um excelente resultado. E com a experiência do Torben (Grael) e do Marcelo (Ferreira), o Brasil deve ganhar mais uma medalha de ouro por aí." Em setembro, quando já estiver descansado, o bicampeão quer disputar o Match Race Brasil, em Ilhabela. Na seqüência, os planos são velejar na Classe Star, em regatas que serão realizadas em Santos e no Rio de Janeiro.

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