Seca ajuda Brasília colocar pressão sobre Itaquera

Estádio do DF aproveita meses sem chuva para acelerar ritmo da obra e se fortalecer como opção para abertura do Mundial

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Por Rafael Moraes Moura
Atualização:

BRASÍLIA - O comitê brasiliense da Copa do Mundo de 2014 conta com um "reforço dos céus" para assumir a dianteira de São Paulo e tornar a cidade favorita para a abertura do Mundial: a seca.Até o retorno da temporada de chuvas, no final do ano, a capital pode ficar mais de 120 dias sem um pingo d'água, o que evita empecilhos para tocar a obra. Enquanto isso, São Paulo nem sequer iniciou a obra do estádio do Corinthians.Segundo o governo do DF, a obra está com 37% do volume de concreto executado e 82% do trabalho de escavação realizado - de uma forma geral, 19% do novo estádio está pronto, o que o coloca entre as obras mais adiantadas entre as 12 arenas da Copa. Dos 288 pilares previstos, 184 estão sendo concretados. Até o final do mês, o efetivo passará de 1,5 mil para 2 mil pessoas se revezando em dois turnos, de acordo com o secretário executivo do comitê local, Cláudio Monteiro. "Mesmo com as chuvas (dos últimos meses), conseguimos manter o ritmo normal. Agora, com um clima favorável no DF, a obra evoluirá, será extraordinário", afirma Monteiro. Para o secretário executivo, Brasília está "assumindo as responsabilidades", "seguindo o cronograma de trabalho" e "apenas cumprindo o papel".O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) já questionou a obra (orçada em R$ 671 milhões), cobrando explicações sobre projeto básico e garantias financeiras para a conclusão do estádio. O Tribunal de Contas da União (TCU), por sua vez, vê riscos da rentabilidade da arena não cobrir seus custos de manutenção, provocando o aparecimento de um "elefante branco"."A possibilidade de exploração de espaços é gigantesca. Temos um espaço para shows, auditório que pode servir de teatro, camarotes que podem ser utilizados por grandes empresas tanto para seus executivos irem a jogos ou reuniões", diz Monteiro.

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