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Segurança reforçada garante dias de paz

Houve poucos incidentes, e amanhã policiamento no Rio volta ao normal

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Por Alexandre Rodrigues
Atualização:

O esquema de segurança do Pan, costurado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) em parceria com a Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, deu aos cariocas uma trégua. Com a sensação de segurança provocada pela movimentação de 18 mil agentes federais e estaduais na capital fluminense, os cariocas reconquistaram as ruas. Além dos moradores que foram ver as provas do Pan, muitos ganharam confiança para aproveitar até mais tarde a noite no calçadão da orla da praia ou da Lagoa Rodrigues de Freitas, na Zona Sul, onde o aparato de segurança se mostrou mais visível. O final dos Jogos soa agora como o fim do sonho. Na sexta-feira, o efetivo de segurança nas ruas já era reduzido nos locais em que não havia mais provas. Em Copacabana, por exemplo, onde as arenas de vôlei de praia estavam sendo desmontadas, o policiamento havia se reduzido à Praça das Medalhas. O secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, confirmou que, com o fim das disputas, não é possível manter a mobilização de todo o efetivo utlizado nas últimas semanas. Mesmo assim, garante que o carioca não se sentirá desprotegido. "Temos o compromisso de que, na segunda-feira, a população não acorde e se sinta de ressaca", afirmou Corrêa, na tentativa de passar confiança no trabalho realizado. "Vamos manter o padrão, na medida da necessidade", adiantou. "Sem os locais de provas, vamos nos concentrar no dia-a-dia com a mesma dedicação. O Estado do Rio sai melhor do Pan." VIOLÊNCIA EM QUEDA Depois de semestre marcado por assaltos, roubo de veículos e tiroteios em favelas, o Rio sentiu os efeitos do aumento da presença policial: os registros de homicídios e de crimes comuns, como roubos, caíram cerca de 35% na maioria das delegacias, em relação a julho do ano passado, principalmente nas áreas próximas a locais utilizados para o Pan. A polícia informou que não deixaria de fazer operações em favelas, mas nem no Complexo do Alemão houve grandes confrontos. Numa pesquisa da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), 1.008 entrevistados deram à segurança a melhor avaliação entre os itens de infra-estrutura dos Jogos. A média das notas foi 7,2, numa escala de 0 a 10. Para Corrêa, o sucesso da segurança do Pan consolida novo modelo para esse tipo de evento, que dispensou a ostensividade dos blindados e soldados do Exército, como na Rio-92 ou na última Cúpula do Mercosul. "Alcançamos nosso objetivo, que era montar policiamento intenso, mas não agressivo, que não afetasse a rotina da cidade", comemorou Corrêa. "Não quero comparar com o que foi feito no passado, mas é um novo conceito", insistiu. POLICIAMENTO IDEAL O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, não tem dúvidas: a queda dos índices de criminalidade é diretamente proporcional ao aumento da polícia nas ruas. Beltrame não se cansa de repetir que precisa de 15 mil PMs para o policiamento satisfatório na capital, mas só conta com menos da metade. No entanto, reconhece que é impossível manter o esforço do Pan, com policiais remanejados para a capital, férias suspensas e horas extras. Somente o reforço de agentes federais de outros estados chega a 9 mil agentes deslocados para trabalhar no Rio. Corrêa confirmou que a Força Nacional de Segurança permanecerá no Rio até dezembro, mas não quis informar com qual efetivo. Em sua avaliação, 6 mil agentes da FNS já passaram pelo Rio desde o pedido de ajuda federal do governo Sérgio Cabral Filho (PMDB), no início do ano. Para Corrêa, "seria um acinte ao contribuinte manter a capacidade ociosa" com a liberação dos policiais da segurança dos equipamentos esportivos. Mas frisou que a Senasp continuará a ajudar o Rio com plano de apoio permanente. Ele lembrou ainda que 60% dos R$ 562 milhões do orçamento de segurança do Pan-Americano foram gastos em equipamentos e tecnologia que ficarão para o combate ao crime no Estado. "Não haverá arrefecimento da parceria do governo federal com o Rio", afirmou.

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