‘Sei que é uma vitória muito grande. O Brasil está no caminho certo’
Atleta conquista inédito bronze no Mundial de Canoagem Slalom, primeiro pódio do País em uma competição adulta
Entrevista com
Ana Sátila
Entrevista com
Ana Sátila
30 de setembro de 2017 | 07h02
O bronze de Ana Sátila no C1 do Mundial de Canoagem Slalom, que está sendo disputado em Pau, na França, ficou para a história. Foi a primeira medalha do Brasil em uma competição adulta da modalidade e a proeza se torna ainda maior porque não é a especialidade da atleta, mais acostumada com o caiaque do que com a canoa. Confira a entrevista exclusiva com a brasileira.
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Ana Sátila, talento da canoagem slalom
Sei que é uma vitória muito grande. Agora vou conseguir descansar bem e tentar manter a cabeça na competição para a próxima disputa. Com certeza essa medalha é muito importante para mim.
Venho treinando há pouco tempo na canoa, mais ou menos dois anos. Sou melhor no K1, o caiaque, por isso estou muito feliz com o resultado. Acho que o Brasil está no caminho certo, toda equipe técnica ajudou bastante, os atletas se apoiam sempre nas competições, isso que é legal. Não só a medalha, mas todo esse clima que conseguimos viver aqui está sendo histórico.
Essa competição foi mais especial para mim porque fui além do que eu poderia imaginar como atleta. Tenho treinado há pouco tempo e mais específico no K1. Quando terminei, foi um alívio muito grande, porque tinha feito uma boa descida. Teve a penalidade, a gente nunca fica feliz, ainda mais a minha que foi muito pequena. Só que isso ajuda você a melhorar da próxima vez e manter o foco. Claro que nenhuma descida é perfeita, mas estou muito feliz com essa competição.
É muito difícil. Acho que tem de manter a calma e a cabeça no lugar, pois você sente aquela emoção com a possibilidade de medalha. Estava muito difícil e imaginava que tinha chance de medalha, aí a Jessica Fox acabou errando na última descida. Tudo pode acontecer numa final de Mundial, ainda mais nesse que é tão concorrido e disputado.
Está uma pista excelente. Conseguiram desenhar muito bem, foi emocionante. Claro que é difícil, pois é um Campeonato Mundial e tem de fazer jus por estar aqui. Na verdade é tudo que a gente treinou, estou muito feliz de ter conseguido fazer uma descida boa numa pista complicada como essa.
Apesar de cada ano sem minha família, viajando bastante, essa medalha tornou tudo mais que especial. Só tenho de agradecer a todos por isso. Minha mãe que foi comigo para Foz quando eu era muito pequena e ela sempre me apoiou desde o início. Meu pai, que teve de ficar longe de mim por tantos anos, até hoje na verdade. O apoio deles foi fundamental para mim e não me arrependo de nada. Faria tudo de novo só para estar aqui e viver esse momento.
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