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'Sei que estou limpo', afirma o atleta Usain Bolt

Jamaicano rechaça insinuações de que teria feito uso de dopingo para melhorar o seu desempenho

Por Larry Fine
Atualização:

O jamaicano Usain Bolt, que estraçalhou o recorde mundial dos 100, 200 e 4x100 metros na Olimpíada de Pequim, rejeitou na sexta-feira as insinuações de que sua repentina supremacia seja resultado do uso de doping.  "Sei que estou limpo. Trabalho duro pelo que quero", assinalou. O velocista de 1m96 de altura correu os 100 metros em Pequim em 9s69, tirando mais 0s03 do seu recorde anterior, feito em 31 de maio em Nova York. Até então, ele havia corrido os 100 metros poucas vezes e seu desempenho tem deixado alguns observadores intrigados. Carl Lewis, ganhador de nove ouros olímpicos - um deles "herdado" do canadense de origem jamaicana Ben Johnson, desclassificado por doping em Seul/1988 -, manifestou dúvidas sobre Bolt numa recente entrevista à revista Sports Illustrated. "Ainda estou trabalhando com o fato de que ele diminuiu de 10 cravados para 9,6 em um ano", disse Lewis. "Acho que há algumas questões. Países como a Jamaica não têm um programa de aleatórios, então eles podem passar meses sem serem testados." Bolt acha que tais especulações são normais na sua condição. "Sei do que ele falou. Para mim, realmente não importa, muita gente andou dizendo isso. Quando se corre os 100 metros, é isso que dá. Desde que você seja rápido começam a falar isso." "É como uma tendência. Estou tentando mudar isso. É ruim para a imagem do esporte. Carl Lewis pode falar o que quiser. Essa é só a opinião dele." Bolt disse que seus recordes nos 100 metros são resultado de treinos árduos. "Os 200 também é de explosão, essa é a chave. A única coisa que eu tive de fazer foi acertar a minha largada, e acertei a minha largada. Por isso que os meus 50 metros finais são tão bons, porque eu tenho velocidade e resistência." O atleta de 22 anos também negou que não seja submetido a exames regulares em seu país. "Claro que somos testados no Caribe. Eles gostam de chegar em casa de manhã cedo. Não é legal levantar às 6h, 7h da manhã, quando você está tentando aproveitar o sono. Mas sei para quê é, e é justo. Somos testados o tempo todo". "Quando você está entre os 20 melhores do mundo, é testado aleatoriamente. Eles acabam sabendo do seu paradeiro", acrescentou. Ele disse que continuará nas provas de 100 e 200, mas no futuro provavelmente passará também aos 400. "Mas isso é muito trabalho, não estou preparado", disse.  O jamaicano afirmou também que já está pensando em defender os títulos em Londres/2012. "Estarei em Londres. Tomara que não faça frio. Estou ansioso. Vou ser campeão de novo, terei 26 anos. Tenho muito tempo em minhas mãos. Tudo o que tenho a fazer é permanecer focado, treinar duro e estar pronto."

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