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Sem cachê, São Silvestre aposta em visibilidade aos atletas

Com isso, atletas de elite na prova serão, na maioria, desconhecidos do público

Por Agencia Estado
Atualização:

Visibilidade em lugar de cachê é o que oferecem os organizadores da Corrida Internacional de São Silvestre aos atletas que formarão o pelotão de elite, neste domingo. Nem mesmo a passagem aérea dos corredores será paga pela organização da 82ª edição da prova - os patrocinadores e clubes dos atletas vão arcar com o custo. ?A São Silvestre é um trampolim de estrelas. O atleta que ganha tem um upgrade na carreira, na vida, a possibilidade de virar ídolo?, prega Thadeus Kassabian, da Yescom, empresa promotora de corridas que forma o comitê organizador da prova, com a Globo e a Fundação Cásper Líbero. Como estrela não precisa de visibilidade, não corre. Assim, a mais tradicional corrida de rua da América Latina será uma das mais esvaziadas dos últimos anos, sem os dois maiores fundistas do País (Marilson Gomes dos Santos e Vanderlei Cordeiro de Lima), os campeões dos últimos anos nem quenianos no primeiro escalão. Os quenianos que correrão em São Paulo já estão no Brasil - integram projeto do técnico Moacir Marconi, o Coquinho, com patrocínio da Fila, e moram em Nova Santa Bárbara (PR). ?O ranking, sem cachê, vigora desde 2000?, explica Thadeus. Em tempo: o ranking é válido só para corridas promovidas pela Yescom e Globo - Maratona de São Paulo, Meia Maratona do Rio, Volta da Pampulha, 10 Km Corrida Pan-Americana, São Silvestre e Meia Maratona de São Paulo. Os dez melhores recebem estadia e alimentação. A passagem aérea, antes oferecida aos ranqueados, também não será paga em 2006. ?Oferecemos infra-estrutura de bom nível e boa organização?. O técnico Ricardo D?Angelo, de Vanderlei Cordeiro de Lima, observa que, no mundo todo, ?até mesmo na Colômbia?, provas de rua sempre oferecem cachês aos principais fundistas do ranking. ?E também aos atletas do País?. E diz que a política da visibilidade apenas confirma que ?no Brasil não se dá atenção ao atleta de elite?, que também pode dar muita visibilidade à prova. ?É ruim, pode causar fuga de patrocinadores. A persistir a política de não trazer estrelas, com o tempo a São Silvestre vai perder interesse?. O mineiro Franck Caldeira, de 23 anos, da equipe Pé de Vento, considerado um dos favoritos pela campanha na temporada, teve de contar com seus patrocinadores para se deslocar de Minas a Campos do Jordão, onde fez a preparação final. Assim como os quenianos Mathew Cheboi e Kenneth Kosgei, que chegam nesta sexta-feira a São Paulo de ônibus, vindos de Nova Santa Bárbara.

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