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Sem ouro, Marin não garante Mano

Presidente da CBFenfatiza que a prioridade é a conquista da inédita medalha na Olimpíada

Por Silvio Barsetti e RIO
Atualização:

Está cada vez mais clara a obrigação do técnico Mano Menezes de conquistar a medalha de ouro na Olimpíada de Londres para se manter no cargo até o Mundial de 2014. O título na edição deste ano dos Jogos passou a ser prioridade na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).Isso foi destacado ontem pelo presidente da entidade, José Maria Marin. Ele deu ênfase à necessidade de o time masculino do Brasil voltar da Inglaterra com o ouro inédito. Depois, pareceu evasivo ao falar da permanência de Mano na seleção. "O futuro a Deus pertence. Mano até agora está dentro da expectativa."Marin ressaltou que a CBF está oferecendo todo o suporte para as duas seleções - ele não cobrou o título da equipe feminina. "Não meço esforços, o futebol brasileiro na Olimpíada de Londres vai ter todas as condições, toda a infraestrutura."Mano 'perdeu' o padrinho na CBF com a renúncia no início de março do presidente Ricardo Teixeira. Mesmo com o fiasco na Copa América de 2011 e repetidos fracassos em jogos contra seleções tradicionais, o técnico se manteve firme no posto. Para Teixeira, importante era montar um time renovado para 2014. No final do ano passado, Mano disse que fundamental no primeiro semestre deste ano seria o trabalho pela medalha em Londres.Recentemente, porém, teve de ouvir em silêncio declaração firme do diretor de seleções da CBF, Andrés Sanchez, de que deveria se voltar para a formação de um time que chegasse à Copa do Mundo como favorito ao título. Sanchez minimizava assim o papel do futebol do País nos Jogos de Londres e seguia o raciocínio de Ricardo Teixeira.Ontem, em entrevista coletiva na sede da CBF, José Marin deu outra determinação: ele quer a medalha, agora a de ouro. O futebol masculino do Brasil obteve até 2008 duas de prata (1984 e 1988) e duas de bronze (1996 e 2008) em Olimpíadas.Antes de falar com a imprensa, Marin apresentou os chefes das duas delegações em Londres. Para acompanhar os jogadores, convidou Delfim Peixoto, presidente da Federação de Futebol de Santa Catarina. Já a equipe feminina deve contar com o apoio de Patrícia Amorim, presidente do Flamengo. "Fui pega de surpresa, estou emocionada, mas a minha prioridade é o meu clube. Tenho de ver como vão andar as coisas por lá para saber se vou poder aceitar o convite", disse a dirigente.Cozinheira. No momento em que falava das condições materiais das seleções em Londres e que a CBF contratará cozinheiros brasileiros para servir as delegações, Marin se virou para Patrícia, sentada à mesa da entrevista coletiva, e perguntou: "Você sabe cozinhar?" Ela foi pega de surpresa pela segunda vez, se enrolou na resposta e não teve como disfarçar o constrangimento.Nova casa. Marin disse ainda que a CBF deve buscar nos próximos meses uma nova sede, em outro lugar do Rio. A atual, na Barra da Tijuca, ocupa um andar inteiro de um prédio comercial e é alugada. A ideia do dirigente é concentrar as atividades da entidade no mesmo espaço do Comitê Organizador Local (COL) e da estrutura que a Fifa planeja montar na cidade até o Mundial. O local mais apropriado seria o Riocentro, o mais conhecido centro de convenções da cidade.Perguntado sobre a presença de vários paulistas em cargos importantes na CBF, Marin disse que já encontrou esse quadro assim que assumiu a presidência, em março. "Não está havendo uma 'paulistização' da CBF. São Paulo é o Estado de todos os brasileiros", disse o dirigente.Ameaça. O dirigente disse que a Fifa pretendia, na semana passada, excluir Recife como uma das sedes da Copa das Confederações, em 2013, por causa de atrasos nas obras da cidade. Ele informou que a missão da Fifa vai inspecionar Recife e Salvador, dias 26 e 27 deste mês, e que a decisão final será anunciada em junho. "Eu estive em Pernambuco, vi as obras da Arena e toda a transformação da cidade. Espero que a Fifa entenda todo esse processo e aprove Recife na Copa das Confederações."

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