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Sem Rodrigo Pessoa, Athina Onassis Horse Show tem dia agitado

Cavaleiro brasileiro alega que, apesar de amparado legalmente, sua presença na pista poderia ser prejudicial

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Por Valéria Zukeran - O Estado de S.Paulo
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O Athina Onassis Horse Show teve mais um dia agitado nesta quinta-feira. O cavaleiro Rodrigo Pessoa, que está suspenso das competições internacionais por doping desde a Olimpíada de Pequim e estava inscrito no evento beneficiado por uma liminar obtida na Justiça brasileira, decidiu não participar das provas na Sociedade Hípica Paulista. Veja também:  'Estou de um lado e a Federação de outro', diz Rodrigo Pessoa Segundo o organizador do evento, André Beck, o brasileiro, campeão olímpico nos Jogos de Atenas/2004, alegou que, apesar de amparado legalmente, sua presença na pista poderia ser prejudicial a muitas pessoas, inclusive os adversários. Se Rodrigo ficasse entre os melhores, o resultado e as premiações ficariam em suspenso até o julgamento de seu recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS). Em entrevista ao Estado, Rodrigo criticou duramente a Federação Eqüestre Internacional (FEI) por não esclarecer adequadamente as regras de antidoping e pela falta de critério na punição dos atletas com cavalos flagrados usando substâncias proibidas. O cavaleiro diz que a maioria dos principais nomes do esporte está insatisfeita com a atuação da entidade máxima do hipismo e estaria disposta a criar uma liga independente caso mudanças não sejam promovidas. No que diz respeito aos problemas nas regras do antidoping, os outros cavaleiros apoiaram as críticas de Rodrigo. Só não endossaram, pelo menos publicamente, a idéia de romper com a FEI. "Acho que realmente as regras estão um pouco nebulosas e precisam ser melhor esclarecidas", disse a amazona número 1 do ranking mundial, a americana naturalizada alemã Meredith Michael-Beerbaum. "Nós cavaleiros estamos todos unidos no que diz respeito a querer algumas mudanças, mas acho que isso deve ser resolvido internamente", complementou o belga Ludo Philippaerts. Também suspensa por doping, mas beneficiada por um efeito suspensivo da Corte Arbitral do Esporte, a irlandesa Jessica Kuerten, engrossou o coro dos descontentes. "Este é um tempo muito difícil para nosso esporte. Todos nós não sabemos ao certo quais são as regras (de antidoping). Queremos um esporte limpo e que todos possam participar das provas focados apenas nas competições." A amazona brasileira naturalizada portuguesa Luciana Diniz não quis comentar as críticas de Rodrigo e diz que jamais ouviu outros cavaleiros considerarem um rompimento com a FEI. Porém, admitiu dificuldade em compreender as atuais regras sobre antidoping no hipismo. "Realmente é preciso que as coisas fiquem mais claras. Se você me perguntar sobre as regras de doping vou ter de responder 'não sei de nada', mas ninguém realmente sabe. Cada concurso é diferente de outro." BENEFÍCIO Pelo menos um conjunto se beneficiou da decisão de Rodrigo de não competir no Athina Onassis. A amazona sueca Mallin Baryard-Johsson e a égua H&M Actrice W, que substituíram o brasileiro e seu cavalo Rufus na pista nesta quinta, ficaram entre os 18 classificados que disputarão a grande final do Global Champions Tour, nesta sexta, com premiação de 900 mil euros. Entre os brasileiros, apenas Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, continua na briga. O primeiro colocado no ranking do evento, o britânico Nick Skelton, terminou em 19.º com Nemo, que não é seu principal cavalo e só entrará na pista sábado se houver alguma desistência. O melhor da seletiva de quinta foi o belga Ludo Philippaerts, com Cavalor's Winningmood. O cavaleiro completou a pista sem cometer faltas no tempo de 78s10. Em segundo ficou a amazona Jessica Kuerten, com Caslte Forbes Liberatina (78s46), seguida do britânico Tim Gredley (79s02). Na prova da manhã, com obstáculos de 1,40m, Doda foi o vencedor com AD Ornella - pista sem faltas e tempo de 62s68, seguido do alemão Daniel Deusser, com Wonka (63s22) e o britânico John Whitaker, com Casino (65s72).

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