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Sem segredo; só união e trabalho

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Por Redação
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Qual o segredo de um time quase imbatível, que disputa sete jogos e vence todos sem ceder nenhum set para o adversário? "Muito trabalho" é o discurso pronto das meninas. Mas, além da força tática do time e do talento das atletas, há uma questão fundamental: a união do grupo. Poucas vezes o elenco de uma seleção teve relacionamento tão bom como o do vôlei feminino do Brasil. As jogadoras brincam o tempo todo, abraçam-se a cada ponto e não reclamam quando a colega erra. Só assim podem suportar uma rotina pesada de treinamentos e a distância da família sem cair de rendimento. Algo que não se vê tanto na seleção masculina. "Estamos muito concentradas, nossa rotina é treinar e treinar, não temos nenhum tempo para diversão", declarou a líbero Fabi. Mas é preciso de um pouco de descontração. As encarregadas de animar o ambiente são a própria Fabi e Paula Pequeno. "A Paula é palhaça, ela faz imitações, conta piadas, mexe com todo mundo", revelou a levantadora Fofão. "Ela faz bem para o grupo." A principal missão de Zé Roberto depois da derrota em Atenas-2004 foi justamente recuperar o astral e a confiança do elenco. "Caso contrário, não conseguiria montar uma equipe tão forte", afirmou. O último passo para a glória será dado hoje. E, depois, se tudo correr conforme o planejado, vai ser hora de muita festa. ÍDOLO OU TRAIDORA? Do lado americano, uma das principais personagens do jogo não estará em quadra. A técnica da seleção dos EUA, Lang Ping, volta a uma decisão de medalha de ouro olímpica após 24 anos. Em 1984, ela era uma das principais jogadoras da China, que venceu os EUA, na final do torneio de vôlei feminino da Olimpíada de Los Angeles. Hoje, ela divide a opinião dos chineses - muitos dos quais a consideram uma traidora de sua pátria. "Eu me orgulho do fato de ela ser chinesa, mas se ela estivesse no comando da China, em vez dos EUA, nós é que estaríamos disputando a medalha de ouro", diz Yang Lijia, enquanto assistia à partida das americanas contra Cuba. "Isso é uma pena." "Eu sempre serei chinesa, ainda que esteja vestindo as cores de outro país", defende-se Lang. "Meus fãs me adoram e espero que eles entendam o trabalho que estou fazendo." E foi justamente o assédio dos fãs, segundo Lang, que levou a técnica a mudar-se para os EUA. "Eu não podia sair de casa nem ir a nenhum lugar público sem que fosse cercada", diz. "Era só eu parar numa loja para que as pessoas me apontassem e começassem a fotografar." "Como nos EUA o voleibol não é um esporte tão popular quanto na China, lá eu posso sair para a rua em paz", afirma Lang.

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