Sem um ídolo

Grand Prix

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Por Redação
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Nos últimos 15 anos o torcedor alemão se acostumou a tomar cada centímetro quadrado ao redor de Nurburgring na certeza de um fim de semana de muita alegria. O programa era cerveja, salsicha, batata frita e vitória de Michael Schumacher. Desta vez a situação é outra. Não tem mais Schumacher na pista. Na verdade, até tem, mas nesse ninguém confia. Quem, afinal, vai herdar o carinho de uma torcida que nasceu durante a carreira daquele que mais venceu na história da F-1 ? A Alemanha continua sendo o país com o maior número de pilotos, o que também é uma conseqüência do enorme sucesso de Michael. O mais antigo é Ralf, 11ª temporada na F-1, 172 corridas e 6 vitórias. Com 32 anos de idade, já está no fim da carreira. Nick Heidfeld, 30 anos, disputa o Mundial pela 7ª vez, soma 124 corridas e o máximo que conseguiu foi chegar três vezes em 2º lugar. Nico Rosberg é um alemão filho de finlandês, com 22 anos de idade, que despontou muito no ano passado, caiu e agora, na segunda temporada, vem andando bem. Adrian Sutil está chegando agora, aos 24 anos, e mesmo não podendo mostrar nada numa equipe como a Spyker, carrega fama de muito talentoso. A Spyker promove também a estréia de um outro alemão, Markus Winkelhock, filho de um velho ídolo alemão, que morreu na pista de Riverside, na Califórnia, em 1985. Além deste quinteto, tem ainda o Timo Glock, alemão com uma passagem frustrada na F-1 na época da Jordan, e agora tentando reconstruir a carreira como atual líder da GP2. Por enquanto nenhum deles encanta o torcedor nessa era pós-Michael, como acontecia também enquanto ele corria. A atenção do torcedor nunca foi dividida nem com Ralf nem com Frentzen. Portanto, não será de estranhar se o velho fã de Schumacher pegar no armário a bandeirinha da Ferrari e colorir Nurbugring com o vermelho da equipe que ele aprendeu a amar nos últimos 10 anos, justamente os melhores da carreira do heptacampeão. Ele estará no box tentando ajudar Massa e Raikkonen. A luta pelo campeonato está complicada para os dois. As duas vitórias seguidas de Raikkonen, na França e Inglaterra, não mudaram significativamente a situação do Mundial, mas reacenderam a luta interna da Ferrari. Agora Kimi e Felipe voltam a ter chances iguais, o que vai gerar uma briga mais acirrada na pista. Mas isso vai acontecer também na McLaren, onde Alonso e Hamilton devem trabalhar separados daqui por diante, como conseqüência da rivalidade entre os dois ter aumentado muito na reta final da decisão do campeonato. Chegou a hora do tudo ou nada para Alonso, que já em Silverstone se mostrou mais veloz do que Hamilton, e vai aproveitar as características desta pista de Nurburgring e, na seqüência, a de Hungaroring, para correr pela vitória. Só assim ele se aproximaria da liderança. Hamilton, ao contrário, tem sido aconselhado a jogar com a vantagem de 12 pontos na classificação, correndo por mais pódios. Pode ser um erro fugir de seu estilo habitual. O inglês correu em Nurburgring três vezes e venceu as três - uma de F-3 (2005) e duas de GP2 (ambas em 2006).

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