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Sertão vence a 1ª no boxe profissional

Em sua estréia, o pena Valdemir Pereira, que representou o Brasil no Pan de 99 e na Olimpíada de 2000, teve muito trabalho para nocautear o baiano Ronaldo Conceição.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Para quem está acostumado com duelos entre bons lutadores e perdedores profissionais, a estréia do pena Valdemir Pereira, o "Sertão", no profissionalismo, foi uma agradável exceção. Na noite desta terça-feira, no Ginásio Baby Barioni, na Água Branca, em São Paulo, ele teve trabalho para nocautear o baiano Ronaldo Conceição, no quarto assalto. "Esse tipo de programa deveria acontecer sempre no boxe nacional. Não foi como o ?Popó? (Acelino de Freitas), que luta sempre com adversários muito fracos. O Sertão já estreou enfrentando um adversário de alto nível", disse o empolgado Newton Campos, presidente da Federação Paulista de Pugilismo. Com a experiência de quem disputou os Jogos Pan-americanos de Winnipeg/99 e a Olimpíada de Sydney/2000, Sertão não esperava que seu adversário pudesse ser tão resistente. O baiano Ronaldo, que já tinha lutado cinco vezes como profissional na Bahia, mostrou que consegue assimilar golpes muito bem. Desde o primeiro assalto, Sertão foi para cima do rival e a luta quase acabou. Sertão acertou um direto de direita. O rival só ficou em pé porque se agarrou a ele. Ronaldo, também conhecido como "Pestinha" (tinha o apelido tatuado em letras garrafais no braço esquerdo), começou o segundo assalto da mesma forma. Apanhando e resistindo. Com pouco mais de um minuto, caiu novamente, mas já estava inteiro quando o árbitro iniciou a contagem. Daí para frente, só parecia ser uma questão de tempo a queda do Pestinha. Ele agüentou o terceiro assalto inteiro e o começo do quarto, até que Sertão acertou uma série de golpes variados, tanto no rosto como fígado. Pestinha resistiu bem, mas caiu quando faltava um minuto e meio para o fim da luta. "Estava muito nervoso. Era minha estréia. Quando estava no vestiário, minhas mãos começaram a ficar frias e fiquei desesperado. Sabia que meu adversário era experiente, mas ele realmente suportou muitos golpes", disse Sertão, exausto após o combate. O técnico de Sertão, Gabriel de Oliveira - filho de Servílio de Oliveira, único brasileiro a ganhar uma medalha no boxe em uma Olimpíada - também foi só elogios para Sertão: "Esse menino que veio lutar contra ele era muito forte. Foi além do que eu esperava. Mas foi bom para o Sertão poder mostrar sua superioridade, o quanto ele sabe aplicar os golpes, a variedade que ele tem. A luta poderia até ter acabado antes se o juiz não demorasse tanto para separar os lutadores. O Ronaldo ficou agarrando o Sertão nos momentos em que estava para cair." Outro que gostou da estréia foi o cubano Francisco "Paco" Sanchez, que está ajudando no treinamento de Sertão. "Ele estava um pouco nervoso, mas isso é normal para um estreante. Fez um ótimo combate", disse o técnico, que participou de equipes cubanas que disputaram Mundiais na década passada. Paco comentou que lutas como a de hoje mostram que o boxe brasileiro está evoluindo. "Ainda falta muito para o boxe brasileiro ser como o de Cuba, mas a Confederação está fazendo um bom trabalho com os garotos."

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