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Show do Brasil com 10 x 0 sobre Equador é arma contra os EUA

Por PEDRO FONSECA
Atualização:

Teve drible de lambreta, duplo lençol, bola entre as pernas e gols de voleio e cobertura. Sem ter do outro do lado do campo uma equipe que pudesse representar qualquer risco, a seleção de futebol feminino do Brasil aproveitou a goleada de 10 x 0 sobre o Equador para impressionar a torcida e mandar um recado às norte-americanas. Marta e Cristiane trataram de levar a equipe com enorme tranquilidade às semifinais dos Jogos Pan-Americanos marcando quatro gols cada uma na goleada desta quarta-feira. O famoso "vira em cinco acaba em 10" foi cumprido à risca. Daniela Alves e Pretinha completaram o marcador. Mais uma vez diante de um bom público para o futebol feminino no Estádio João Havelange, as meninas garantem não ter se preocupado em dar espetáculo, mas reconhecem que o placar elástico e os lances de efeito são a melhor forma de atrair mais prestígio para a modalidade. A meia-atacante Marta, eleita a melhor jogadora do mundo em 2006 pela Fifa e responsável por vários dribles desconcertantes durante o jogo, acrescentou: "Acho que nós não fizemos para aparecer, foram lances da partida mesmo. Mas o público gosta mais quando dá para sair uma jogada diferente." A lateral-esquerda Rosana, autora de um impecável chapéu de lambreta sobre uma equatoriana Ligia Moreira no primeiro tempo concorda. "O público gosta de um futebol não só bonito, mas também eficiente, a torcida gosta de ver jogo com muitos gols e foi isso que fizemos. Espero que sirva para chamar atenção para o nosso esporte." Quando Rosana levantou a torcida com a jogada, marca registrada do astro do futsal Falcão, o placar já marcava 5 x 0 para a seleção brasileira, incluindo um gol de voleio da meia Daniela Alves. No segundo etapa, a atacante Cristiane viu Kátia Cilene no meio da área e tentou cruzar da intermediária, mas o chute saiu torto e acabou encobrindo a goleira Carla Wray. Golaço. GOLEADA HISTÓRICA O 10 x 0 da seleção era a maior goleada do Pan até o encerramento do jogo entre Canadá e Jamaica, vencido pelas canadenses por 11 x 1, também nesta terça. Brasil e Canadá definem o primeiro lugar da chave na sexta-feira, em partida que será disputada no Maracanã. Mas a atenção da equipe está mesmo voltada para a seleção norte-americana, que apesar de ser formada por jogadoras de até 20 anos representam a maior ameaça à medalha de ouro do Brasil. "Isso (goleada) assusta muito, elas vão ver que o Brasil não veio passear", disse Cristiane, que considerou seu primeiro gol no jogo, de cabeça, mais bonito do que o de cobertura. Com os quatro marcados nesta terça, ela chega aos seis gols na competição. Marta previu que as norte-americanas terão um respeito maior com as brasileiras na esperada final do Pan. O jogo é encarado pelo Brasil como uma revanche da final da Olimpíada de Atenas, em 2004, apesar das norte-americanas não terem vindo com o time principal. "Creio que elas não vão querer sair de frente com a gente, com certeza elas devem estar estudando a nossa equipe", afirmou Marta. A partida contra o Equador foi a despedida da seleção feminina do Engenhão. A partir de agora, a equipe terá como palco o Maracanã, estádio maior não só nas arquibancadas, mas também nas dimensões do gramado. Para o treinador Jorge Barcellos, o espaço maior para trabalhar as jogadas será positivo para o time brasileiro. O treinador acrescentou ainda que as prováveis condições ruins do gramado, que ficou muito danificado após a cerimônia do abertura do Pan, na sexta-feira, não poderia servir de pretexto para diminuir o favoritismo das brasileiras. "O nosso objetivo é chegar à final e conquistar a medalha de ouro, e não vamos poupar esforços para isso. Vamos passar pelo o que for necessário para alcançarmos este objetivo", afirmou.

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