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Sonho olímpico mais longe do Brasil

A falta de segurança, infra-estrutura e serviços básicos à população descredenciam de imediato o Brasil, que deseja promover a Olimpíada de 2012.

Por Agencia Estado
Atualização:

O País deu um importante passo para realizar o sonho de ser a sede de uma Olimpíada, durante o Seminário sobre candidatura para Jogos Olímpicos no Brasil, que terminou hoje, em um hotel da zona sul do Rio. Mas, após inúmeras palestras e desfeitas as ilusões, ficou a certeza de que ainda falta muito tempo para que os brasileiros cheguem ao seu objetivo. A falta de segurança, infra-estrutura e serviços básicos à população descredenciam de imediato o Brasil, que precisa resolver esses problemas, antes de pensar em ser a sede de um grande evento esportivo. Ficou claro para atletas, dirigentes, representantes de governos municipais, estaduais e federais, além da iniciativa privada, que há muito a ser feito e que a "boa vontade de alguns" não tornará realidade uma Olimpíada brasileira. O sucesso do seminário pode ser creditado ao fato de que, pela primeira vez, todos que participaram puderam conhecer em detalhes como se organiza uma candidatura e uma Olimpíada. Se depararam com valores exorbitantes para um País cujo o salário-mínimo é de cerca de US$ 77 (R$ 180). Por exemplo, para realizar em Sydney as Olimpíadas de 2002, a Austrália gastou cerca de US$ 5 bilhões (R$ 11,7 bilhões). A cidade de Pequim eleita para ser a sede dos Jogos em 2008 desembolsou um valor entre US$ 20 e 40 milhões (R$ 46,8 e 93,6 milhões) somente em sua candidatura. Mas, a euforia e o otimismo peculiares ao povo brasileiro apontam o ano de 2012 como o ideal para a realização dos Jogos. Para ter a honra de representar o Brasil neste disputa, São Paulo e Rio de Janeiro já iniciaram uma briga, que promete a curto prazo melhorias à população. No último dia do encontro, a secretária municipal de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo, Nádia Campeão, em reunião reservada com os representantes do Comitê Olímpico Internacional (COI), promotores do evento, ouviu críticas construtivas e negativas às pretensões da cidade. Ela indagou-os sobre que vantagem representaria durante a concorrência o fato de a capital paulista ser a quarta metrópole do mundo, já que as últimas cidades-sedes dos Jogos (como Atlanta, nos EUA, em 1998, e Sydney) não se encaixam neste perfil. David Falks, responsável pela estratégia de desenvolvimento de negócios australianos, admitiu que o fato de São Paulo ser uma metrópole é um aspecto positivo, por ser uma cidade global. Já John Baker, arquiteto especializado no planejamento e desenvolvimento de instalações de Jogos, frisou que problemas peculiares a este tipo de cidade, como o trânsito caótico e o meio-ambiente, não podem ser ignorados na hora da escolha. O diretor-executivo do Serviço de Conhecimento dos Jogos Olímpicos do COI (OGKS), Craig Mclatchey, preferiu chamar atenção para o objetivo da candidatura. "O COI está levando em conta, na hora da escolha, o que o projeto olímpico representa para a cidade. O legado de benefícios que ele irá deixar nos próximos 50 anos", disse o dirigente. "Tudo dependerá do projeto apresentado." O Comitê Olímpico Brasileiro (COB), até julho de 2002, divulgará um Manual Interno de Candidaturas para as cidades interessadas em abrigar Jogos Olímpicos, Pan-Americanos e Sul-Americanos. A inscrições para a escolha da sede dos Jogos de 2012 serão abertas em maio de 2003. Em 2005, o COI elege a sede das Olimpíadas de 2012.

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