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SP aponta falhas na candidatura do Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

O acordo de cavalheiros que havia entre Rio e São Paulo na disputa pelos Jogos Olímpicos de 2012 está enterrado. Nesta quinta-feira, a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, juntou parte de seus secretários e decidiu apontar as "falhas" no dossiê de candidatura rival. Marta disse que São Paulo mudou de posição "pela indignação ao constatar que o dossiê do Rio é de quinta categoria". A secretária municipal de Esportes, Lazer e Recreação, Nádia Campeão, afirmou que o dossiê é, pelo menos na parte de esportes, uma cópia malfeita da candidatura internacional do Rio para 2004, que foi derrotada. Também nesta quinta-feira, o prefeito César Maia, não quis comentar o assunto. Mas já havia admitido, ao responder por e-mail questionário da Agência Estado, que o Rio copiou partes do dossiê internacional. A escolha entre as cidades, pelos presidentes de federações e integrantes do Comitê Olímpico Brasileiro (34 votos), será segunda-feira, no Rio. "O que nos parece é que o Rio se preparou para 2004, mesmo com a candidatura derrotada, para ganhar o Pan de 2007, mas não se preparou para 2012", observou Nádia. Alguns erros evidenciam cópias de trechos do dossiê internacional, como os de tradução - grama artificial virou "relva sintética", "facilities" foi traduzido como facilidades e não instalações. As repetições referentes a 2004 são freqüentes. "Aparece 10 vezes ou mais a informação de que o prazo para a conclusão das obras é maio de 2004 e não de 2011. Podiam, pelo menos, ter feito uma revisão." César Maia admite a cópia. "No que tinha de positivo, sim. No que tinha de errado, corrigimos. Esta é a força da nossa candidatura: a progressividade", diz o e-mail do prefeito. A não ser que haja erratas, não divulgadas (o próprio dossiê não foi distribuído, oficialmente, nem mesmo a São Paulo), as falhas vão além da tradução. Há, por exemplo, coincidências de datas, locais e horários de competições ( judô, lutas e badminton teriam de dividir o Pavilhão 3 do Rio Centro). E confusões, como no texto da canoagem - a raia, que deveria ser de 1.200 m está com 1,20 m e a palavra fall, que apontava declividade na raia, foi traduzida como cachoeira. A raia ganhou uma cachoeira de 6,5 m. O secretário de Planejamento, Jorge Wilheim, apontou erros nas escalas gráficas dos mapas. Ao cruzar os mapas do dossiê e do Pan de 2007, observou que a distância entre a Marina da Glória e a Vila Olímpica no Rio não é 8 km, como descrito, mas 27 km, e que o tempo de percurso sobe de 15 para 35 minutos. "A não ser que eles usaram outros mapas para medir distância e tempo... o que está no dossiê está errado." Wilheim disse que os erros "falseiam a verdade" e que em uma candidatura internacional seria importante o Brasil apresentar um documento que tivesse credibilidade, "seriedade técnica" para concorrer com cidades como Paris e Nova York. "Que vergonha!", suspirou Marta.

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