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Spinelli está pronto para mais um Rally dos Sertões

O bicampeão da prova diz que a terceira etapa, entre Palmas e Alto Parnaíba, deve ser a mais difícil

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Por Agencia Estado
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Estradas sinuosas, trechos mistos, com pontes, travessia de rios, areia e cascalho são alguns dos obstáculos que os pilotos enfrentarão no 14º Rally Internacional dos Sertões, com largada na quinta-feira, em Goiânia, Goiás, e chegada em 4 de agosto, em Porto Seguro, Bahia. Divididos em nove etapas, serão 3.878 quilômetros (1.986 de especiais), passando por Minaçu (GO), Palmas (TO), Alto Parnaíba (MA), Correntes (PI), Barra (BA), Brumado (BA) e Cândido Sales (BA). Guilherme Spinelli, bicampeão da prova na categoria geral e na superproduction, em 2003 e 2004, é da equipe Mitsubishi e diz que a terceira etapa, entre Palmas e Alto Parnaíba, será bem difícil, com o trecho mais longo - especial de 457 quilômetros no meio do deserto do Jalapão. Essa será a etapa ?maratona?, na qual os carros não recebem apoio mecânico. ?É o trecho mais difícil, por conta do piso arenoso. O desgate é grande?, diz. As regiões serranas também preocupam, pelas estradas mais sinuosas, com curvas estreitas. ?É mais fácil de cometer erros?, emenda o piloto, que terá Marcelo Vívolo como navegador. A prova deste ano tem novidades, como o uso obrigatório do Sentinel - dispositivo de segurança instalado em todos os veículos, que alerta para a aproximação de outro competidor em condições de ultrapassar. Aquele que vem atrás aciona o aparelho que envia sinal luminoso e sonoro para o veículo que está na frente, avisando. Spinelli aprovou o sistema, usado no Rali Dacar. Outra modificação: briefing escrito. Os competidores receberão a planilha impressa no fim de cada etapa - padrão do Mundial de Rali Cross Country. Quanto ao favoritismo, Spinelli não fala em nomes. ?Posso dizer que dez duplas têm chances de vencer o Sertões. Em prova com tantas variáveis, fica difícil falar que vou ganhar. Já vi muita gente dizer isso e não completar a prova.? Nas motos, a disputa entre brasileiros e estrangeiros deve ser acirrada - o francês Cyril Despres, campeão do Rali Dacar em 2005 e vice este ano, promete dar trabalho ao atual campeão Jean Azevedo, da equipe Petrobrás/Lubrax. Spinelli torce para que, em breve, a categoria carros também passe a valer pontos para o Mundial, como as motos desde 2005. ?Se isso acontecer, a categoria vai evoluir ainda mais no Rali dos Sertões?, acredita o piloto. Spinelli já tem muita história para contar do Rali dos Sertões. Em uma etapa, quando ainda faltavam alguns quilômetros para o fim, sentiu-se mal e quase desmaiou. O quadro era de desidratação e hipertermia. Com a experiência no off-road, descobriu nesse dia que um descuido na ingestão de líquidos pode comprometer uma rali inteiro. Mas também viveu situação oposta: ?Uma vez exagerei na hidratação e tive de me virar dentro do carro para fazer xixi em uma garrafa de plástico.? No carro sem forração e ar-condicionado, os pilotos ?fritam? com as altas temperaturas. Por isso, segundo Spinelli, o ideal é levar no mínimo três recipientes de água congelada para não amargar um chá pelando no deserto do Jalapão. Isotônicos também são levados. A preparação física é bem-vinda: os pilotos estão sujeitos a fadiga muscular, por passar horas dentro do carro.

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