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Suspensa por 9 meses, Jaqueline não vai ao Japão

Pega no controle em junho, jogadora está fora da seleção de vôlei para a Copa do Mundo, em novembro

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Por Heleni Felippe
Atualização:

A ponta Jaqueline, jogadora da seleção brasileira de vôlei e do espanhol Murcia, foi suspensa por nove meses pelo Comitê Olímpico Italiano (Coni) por antidoping positivo para a substância proibida sibutramina, presente em remédios para emagrecer. Se a sentença for mantida - a ponta ainda será ouvida em audiência -, Jaqueline só voltará a jogar em abril e não poderá defender a seleção brasileira na Copa do Mundo do Japão, de 2 a 16 de novembro, seletiva para a Olimpíada de Pequim. Jaqueline, que está em Módena, na Itália, foi informada ontem, por ofício do Coni, da sentença proferida pelos procuradores do Departamento Antidoping Etore Torri e Fabio Filicano em que é suspensa por nove meses, a contar da data do exame, 10 de junho, quando ainda disputava o Campeonato Italiano pelo Monte Schiavo Jesi. Segundo o advogado Eugenio Gollini, Jaqueline ainda será chamada para uma audiência, em que confirmará sua defesa. ''''O juiz poderá repetir ou mudar a sentença dos procuradores'''', informou o agente Jorge Assef, que cuida da carreira da jogadora. Se confirmada a punição, Jaqueline ainda poderá recorrer. No início, Jaqueline pensou que a substância estaria no chá verde que tomou contra celulite. Depois, a defesa alegou que a origem era um remédio para queimar gordura, o CLA (ácido linoléico conjugado), que a atleta adquiriu no Brasil de um lote contaminado por sibutramina, substância encontrada em moderadores de apetite e proibida pela Agência Mundial Antidoping. Em junho, o Comitê Olímpico Brasileiro foi oficialmente informado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária sobre a suspensão das atividades da Integralmédica S/A, fabricante do CLA, por contaminação de produtos. A jogadora não falou com os jornalistas, mas seu agente disse que ela não esperava suspensão tão longa - já cumpriu três meses. Não disputou os Jogos Pan-Americanos do Rio nem o Sul-Americano do Chile com a seleção. ''''Ela estava muito chateada. Esperava uma pena de três meses, que aceitaria, e já voltaria a jogar. Não contava com uma pena longa'''', explicou Assef. Jaqueline tem contrato com o Múrcia, mas não está recebendo salário por causa dessa situação. O agente conversou com o técnico do time espanhol, o brasileiro Paulo Cocco, e ainda falaria com o presidente do clube. O técnico José Roberto Guimarães, da seleção brasileira, que ontem estava em Pesaro, na Itália, lamentou a perda da jogadora. ''''Tivemos o cuidado de não colocá-la para jogar no Pan e no Sul-Americano e ela acabou pegando nove meses. Ainda pode recorrer. É uma pena, porque eu esperava contar com ela para a Copa do Mundo.'''' Zé Roberto disse que vai aguardar o recurso e torcer para que Jaqueline pegue uma pena mais branda. Na próxima semana, o técnico definirá as 12 jogadoras - estão inscritas 19 atletas - que levará para a Copa do Mundo.

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