Tensão e recessão marcam abertura

Primeira rodada da temporada 2011/2012 é marcada por jogo cancelado e clubes com orçamentos enxutos

LONDRESAs revoltas populares que tumultuam a rotina de Londres há uma semana vão atrapalhar, mas não evitar que o Campeonato Inglês comece hoje. A crise econômica que assola o Reino Unido e agravou o efeito das manifestações, no entanto, também terá seus reflexos no futebol. Quando a bola começar a rolar, os torcedores perceberão que há menos contratações de impacto do que em temporadas passadas. Exceção feita ao Manchester City, que gastou 38 milhões de libras (R$ 100 milhões) para trazer um único jogador, o atacante argentino Agüero, ex-Atlético de Madrid, as demais equipes preferiram investir no mercado interno. No início da temporada 2010/2011 se investiu mais de R$ 1 bilhão. Agora as cifras totais alcançam a casa de R$ 860 milhões. Se não houvesse os bilionários Roman Abramovich (dono do Chelsea) e Mansour bin Zayed al Nhyan (chefe do Manchester City), essas cifras seriam ainda menores.Para completar, há estrelas que deixaram o futebol (casos dos ex-jogadores do Manchester United Paul Scholes e Edwin Van der Sar) ou mudaram de país, como Cesc Fabregas, ídolo do Arsenal que voltou para o Barcelona (ver matéria abaixo). A rodada. Por causa das confusões, a partida entre Tottenham (time do bairro onde começaram as manifestações) e Everton foi cancelada. Mas nove jogos movimentarão a rodada.O principal favorito ao título a estrear hoje é o Liverpool. Os Reds conseguiram manter a base que teve ótima recuperação na segunda metade da temporada passada e ainda trouxeram revelações como Jordan Henderson, que deixou o Sunderland por 20 milhões de libras (R$ 52,5 milhões). O desfalcado Arsenal, que vai precisar ir às compras no final da janela, estreia fora de casa contra o Newcastle. E os recém-promovidos Queens Park Rangers e Norwich reestreiam na Primeira Divisão - contra Bolton e Wigan, respectivamente. Fulham x Aston Villa e Blackburn x Wolverhampton completam a rodada hoje.