Thiago Pereira agora é o maior de todos em Pan-Americanos

PUBLICIDADE

Por PEDRO FONSECA
Atualização:

Definitivamente o nome de Thiago Pereira está cravado na história do esporte das Américas. O nadador brasileiro destruidor de marcas se estabeleceu neste sábado como o maior campeão de uma única edição dos Jogos Pan-Americanos ao conquistar nos 200 metros peito sua sexta medalha de ouro no Rio. Mas a missão ainda não está cumprida. Thiago, que na véspera havia se tornado o brasileiro com maior número de ouros em um Pan, superando os quatro títulos do nadador Fernando Scherer em Winnipeg-1999, deixou para trás na lista de recordes o mito norte-americano Mark Spitz, que com cinco ouros nos Jogos de 1967 na mesma cidade canadense era o maior vencedor. O brasileiro, porém, tem mais duas provas pela frente no Parque Aquático Maria Lenk, as finais dos 100m costas e do revezamento 4x100m medley, e pode em apenas um Pan igualar os oito ouros de Gustavo Borges e Hugo Hoyama, recordistas do país na história dos Jogos. O mesa-tenista Hoyama também disputa o Pan do Rio. "Estou bastante feliz com isso tudo, mas a competição ainda não acabou para mim. Consegui os recordes de tempo, recorde de medalhas, mas tenho que descer do pódio já pensando na próxima prova. Quando tudo acabar, aí sim vou deixar a ficha cair", disse Thiago a jornalistas, em entrevista coletiva após ter sido novamente ovacionado pela torcida brasileira que esteve em bom número no parque aquático. Se conquistar mais uma medalha, de qualquer que seja a cor, Thiago será o atleta do país que mais vezes subiu ao pódio em um Pan-Americano. O sexto ouro no Rio o coloca ao lado do também nadador Djan Madruga, que levou três pratas e três bronzes nos Jogos de San Juan, em 1979. Mesmo com tudo isso, Thiago se recusa a ser considerado um fenômeno. Afirma apenas que é um nadador normal que treinou bastante e se preparou para uma maratona nunca antes vista em Jogos Pan-Americanos. "Não sou super-homem, tudo isso é resultado de muito treinamento e planejamento desde novembro", disse Thiago, que antes do Pan fez maratonas parecidas em três competições como preparação para os Jogos do Rio. "Eu me sinto como um atleta normal que treinou bastante para conseguir isso. É difícil me considerar um fenômeno." Junto com Thiago, o compatriota Henrique Barbosa também subiu ao pódio dos 200m peito ao ficar em segundo lugar na prova. Henrique fez o tempo de 2min13s83, contra 2min13s51 de Thiago e 2min13s98 do norte-americano Scott Spann, que ficou com o bronze. As façanhas de Thiago levaram uma platéia VIP a acompanhar as finais de natação neste sábado, com destaque para o prefeito do Rio, Cesar Maia. Os chefes da delegação brasileira nos Jogos, Marcus Vinícius Freire e Bernard Rajman, também foram prestigiar o nadador. SEM RESPEITO ATÉ POR PHELPS Desde o início das competições, na segunda-feira, Thiago terá pela primeira vez neste sábado a tarde livre. Nos outros dias ele caiu na água pelo menos três vezes entre eliminatórias, semifinais e disputas de medalhas. O que fazer no tempo livre, Thiago responde sem titubear. "Vou tentar recuperar o máximo de energia para amanhã. Como tenho dito, os 100m costas será a mais difícil por causa dos americanos (Peter Marshall e Randall Bal), mas vou fazer o meu melhor e se conseguir uma medalha, seja de ouro, prata ou bronze, vou ficar satisfeito." A preocupação com Bal e Marshall não significa respeito pelos adversários, de acordo com Thiago, que garante ter enfrentado sem receio até o norte-americano Michael Phelps, dono de cinco títulos olímpicos, em uma prova na casa do adversário. "Não tenho respeito, não tive nem contra o Phelps e quase ganhei dele nos Estados Unidos. Não quero saber quem está do meu lado, procuro me concentrar na minha prova", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.