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Time Feminino inspira os rapazes

Foto do author Robson Morelli
Por Robson Morelli e Pequim
Atualização:

A briga para chegar à decisão agora é com a Itália, historicamente um rival complicado. Ninguém na equipe de Bernardinho leva muito a sério o fato de a Azzurra estar passando por reformulação. O técnico brasileiro falou bem de quase todos os atletas que estarão do lado de lá da quadra, às 9 horas (de Brasília). Existe ainda a possibilidade de Fei, o melhor da equipe italiana, voltar justamente para este duelo. O jogador atuou pouco nas outras fases, por causa de contusão. Bernardinho pensa que Fei pode ter sido preservado somente para ajudar o time a chegar à final. Os italianos também não aceitaram disputar a Liga Mundial no Rio para treinarem com a nova bola da organização, trocada dois meses antes dos Jogos. Eles se prepararam com mais calma e tiveram tempo adicional de trabalho em relação ao Brasil. Bernardinho sabe que até a partida do ouro não haverá mais duelo fácil. Disse isso também para justificar a vitória tranqüila do seu time contra a China por 3 a 0, nas quartas-de-final. Daqui para frente ele sabe que é só dureza. O que não poderia ser diferente. "Quem quer ganhar o ouro não pode pensar em adversário", ponderou o capitão Giba, que sabe dos riscos óbvios que o Brasil corre. Rússia, Estados Unidos, Brasil e Itália sobraram na competição. Russos e norte-americanos tinham duelo marcado para a madrugada de hoje, pelo horário brasileiro - começo da tarde em Pequim. Bernardinho demonstra preocupação, mas se diz confiante. Vê uma melhora crescente de rendimento dos atletas. O time amargou somente uma derrota na China: 3 a 1 para a Rússia na fase classificatória. "Mas não foi um jogo em que atuamos mal. Erramos algumas jogadas, mas eles jogaram bem", disse o treinador. Mais do que bater os sempre perigosos italianos, que são rivais históricos, a seleção também terá de combater seus fantasmas. A pressão que os próprios jogadores se impuseram é enorme e pode interferir no desempenho. É inegável que o Brasil se abalou com a derrota para russos e norte-americanos na última etapa da Liga Mundial, recentemente, no Rio. Trouxe na mala a obrigação de disputar a final em Pequim. Isso pesa. Também há a cobrança de defender o ouro conquistado nos Jogos de Atenas. Bernardinho cansou de dizer que o Brasil é a equipe a ser derrotada na China. "Todos sabem como nós jogamos. É preciso ter atenção contra todos eles o tempo todo. Inventar aqui é quase impossível." Os contra-ataques tiraram o sono do técnico nas primeiras partidas. Mas o fundamento melhorou no jogo com os chineses. E terá de funcionar melhor do que nunca hoje. "A Itália é sempre um adversário perigoso", alertou Gustavo. "Temos de pensar assim, mesmo sabendo que ela passa por reformulação e está com alguns jogadores machucados. Ela sempre vai para as finais e sempre tivemos problemas." Bernardinho não se ilude. A pancada no Rio serviu para ele cobrar ainda mais os atletas. Não tem dado folga. "O importante é estar com a cabeça boa, porque jogar nós sabemos", adverte. "Temos de dar o máximo o tempo todo."

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