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Time não pode acreditar no discurso pós-clássico

Por Análise: Giuliander Carpes
Atualização:

O São Paulo adota discurso repetitivo após a quinta derrota consecutiva em clássico regional. Minimiza a importância das quatro derrotas da fase de classificação e, principalmente, culpa a arbitragem pelo revés diante do Santos (3 a 2) em pleno Morumbi. É uma meia verdade. E meias verdades não passam de mentiras bem arrazoadas. É claro que dirigentes, técnico e jogadores procuram se defender da pressão que derrotas para os maiores rivais costumam significar. Mas utilizar esse discurso de que clássico não tem importância é menosprezar a paixão de seu torcedor. Os são-paulinos podem entender, mas jamais concordar com a explicação de Hernanes ao fim da partida contra o Santos: "O negócio não é vencer clássico, mas atingir objetivos. Se formos lá na Vila Belmiro e vencermos o Santos por 1 a 0 não vai adiantar nada."Futebol é paixão e não há gosto melhor para o torcedor do que vencer seus maiores rivais. Uma vitória significa horas intermináveis de gozações com os amigos que torcem por outros times. É nesse tipo de jogo também que o são-paulino comparece em maior número ao Morumbi e estreita laços com seu time. É também no clássico que se ganha moral para feitos maiores. A importância está implícita. Óbvio que a torcida quer títulos, classificação às fases finais das competições. No caso do Campeonato Paulista, no entanto, isso é impossível sem vitórias em clássicos. O São Paulo teve cinco oportunidades ? três delas como mandante ? para bater um de seus maiores rivais. Não conseguiu vencer nenhuma. Qual a probabilidade de isso ocorrer logo na última chance, a mais difícil, na casa do adversário e precisando ainda de uma vantagem por dois gols? Ainda há tempo. Os tricolores só não podem resolver acreditar no próprio discurso. Não vai colar sempre. É jornalista do "Estado"

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