Times driblam falta de apoio no árduo caminho à Série B

Guaratinguetá, Icasa, ASA e América-MG adotam receita semelhante para obter o acesso

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Por Anelso Paixão
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Três dos quatro novos integrantes da Série B do futebol brasileiro a partir de 2010 têm algo em comum: a superação. Depois de decepcionarem nos campeonatos estaduais, América-MG, Icasa (CE) e Guaratinguetá tiveram de dar a volta por cima para fazer bonito na Série C e alcançar o acesso. Dois deles (Icasa e Guaratinguetá), inclusive, foram rebaixados. O América-MG não caiu, mas decepcionou. Já o outro clube a conquistar o acesso, o ASA (AL), contraria o retrospecto de seus novos companheiros de Série B. Foi campeão em seu Estado. Hoje, serão realizados os primeiros jogos das semifinais envolvendo ASA e Icasa (em Arapiraca), Guaratinguetá e América-MG (no interior paulista). Os jogos de volta serão no dia 30. Quem passar faz a final. Outro detalhe em comum é a dificuldade financeira. Ainda mais em um campeonato deficitário como a Série C, sem dinheiro da televisão, sem patrocinador e sem apoio da CBF. "Gastamos de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões para garantir o acesso", calcula Marcus Salus, um dos integrantes do Conselho Administrativo que comanda o América-MG desde o ano passado. O clube tem folha salarial de R$ 300 mil/mês e se deu ao luxo de contar com jogadores como o atacante Euller, o "Filho do Vento", o lateral Evanílson, ex-seleção, e o meia Irênio. "Coloquei R$ 806 mil do bolso. Agora, vão entrar R$ 150 mil do governo estadual e mais R$ 240 mil da prefeitura, mas o campeonato ainda não acabou. Ou seja, vamos gastar uns R$ 900 mil e a ajuda será de cerca de R$ 390 mil", conforma-se o presidente do Icasa, Zacarias Silva. "Tivemos de buscar ajuda e também colocamos do bolso. Reduzimos nossa folha de pagamento para R$ 60 mil/mês após o término do Campeonato Paulista, mas tivemos gastos com viagem. Na estreia, por exemplo, viajamos de ônibus até Ituiutaba (MG) e os jogadores chegaram exaustos (derrota por 3 a 0)", diz Carlito Arini, do Guaratinguetá. A escolha de treinadores que se enquadraram no projeto também se mostrou fundamental. Givanildo Oliveira no América-MG, Vilson Tadei no Guaratinguetá, e Flávio Araújo no Icasa comandaram a reformulação. O termo "projeto" é outra característica comum aos três. Todos classificam a mudança de atitude como um "projeto bem-sucedido", repetindo o discurso de alguns técnicos de ponta do futebol brasileiro, que sempre usam o "projeto" para justificar suas constantes trocas de clubes.

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