Tirone quer diminuir a oferta por Wesley

Após oferecer mais de R$ 13 milhões, presidente diz que esse valor só valia se o Palmeiras tivesse um investidor. E não tem

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Por DANIEL AKSTEIN BATISTA
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Uma negociação que parecia bem encaminhada tornou-se bastante complicada no Palmeiras e agora Wesley pode nem mais fechar com o clube. O presidente Arnaldo Tirone confirmou as dificuldades ontem e afirmou que o problema é financeiro: ele quer diminuir a oferta já feita ao Werder Bremen.Segundo o dirigente, a perda do investidor e os altos impostos da transição fizeram toda a situação mudar e ele espera que o clube alemão aceite a nova proposta alviverde."A gente espera a boa vontade do Werder, porque o atual valor é muito alto", disse Tirone. "Tinha uma proposta de 4,5 milhões (R$ 10,1 milhões, feita pelo Atlético-MG, no mês passado), mas isso era só uma parte do atleta e a gente também tem esse interesse. O problema é que o Werder, agora, quer vender os 100%."Palmeiras e Werder já haviam se acertado na semana passada, e o valor combinado era de que o clube paulista pagaria 6 milhões (R$ 13,7 milhões) em três parcelas iguais - a primeira agora em fevereiro e as outras em fevereiro de 2013 e 2014. O salário com Wesley também estava combinado: cerca de R$ 230 mil mensais por um contrato de três anos. De repente, tudo mudou."No acordo inicial havia uma cláusula que fazia o contrato valer se a gente tivesse um investidor. E agora não temos mais", explicou Tirone, colocando mais um problema na mesa. "Tem ainda o imposto, que pode chegar a 15% ou 20% por mandarmos uma remessa para o exterior", contou o cartola.Há oito dias, a história era bem diferente e o Palmeiras esbanjava otimismo em relação a Wesley, com apenas um percalço: Tirone dizia que o acerto com o volante só não tinha acontecido porque o seu empresário pediu um dinheiro extra, mas que o resto já estava tudo pronto. Como se vê, as coisas se inverteram.Sem investidor, o Palmeiras não consegue pagar a parcela inicial. "Não falei com o presidente, mas se ele pedir podemos correr atrás de algum parceiro", contou Rubens Reis, diretor do marketing alviverde.Tirone tem sofrido bastante pressão por causa dessa negociação. Uma ala do clube considera o valor muito alto e critica o presidente por ter feito a oferta de 6 milhões. Uma outra parte dos conselheiros pressiona Arnaldo Tirone para que ele feche logo a negociação, para novamente não passar vergonha em caso de um fracasso.O presidente chega a se irritar quando questionado por que o Palmeiras se enrola tanto na hora de negociar um jogador e diz que esse não é um problema único de seu clube. "Os valores estão muito altos, não está fácil para ninguém", declarou, já imaginando um final infeliz na história. "Nós queremos muito o Wesley, mas se ele não acertar vamos conseguir outros dois jogadores", disse, sem citar nomes.Wesley chegou ao Brasil na sexta-feira e esteve no clube anteontem. Ele prefere não dar entrevistas enquanto não houver uma definição - positiva ou negativa. Era esperado que ele realizasse exames médicos na segunda-feira, mas o procedimento ainda não foi marcado.O volante foi um pedido de Luiz Felipe Scolari e chegaria para ser titular no time. "Ele faz muitas funções e todas muito bem. Onde colocá-lo ele joga", elogiou Maikon Leite, ex-companheiro de Wesley no Santos. "Estou torcendo para que ele chegue logo, seria bom para todo mundo", contou, sem saber em qual posição o amigo poderia jogar no Palmeiras. "Aí é com o professor. Não me tirando do time já está bom", brincou.

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