PUBLICIDADE

Publicidade

Tirone quer organizar futebol do Palmeiras

Cansado de ser chamado de 'amador', presidente quer a contratação de dois gerentes para cuidar do dia a dia do futebol

Por Daniel Batista
Atualização:

Durante toda a gestão de Arnaldo Tirone, incansáveis histórias sobre falta de comando, contradições e posturas inadequadas dominaram o futebol do Palmeiras. E é unanimidade que a falta de profissionalismo no futebol ajudou muito para tamanho amadorismo. Por isso, um dos consensos entre todos os candidatos à presidência do clube - até mesmo do próprio Tirone - é que a partir de 2013 o futebol seja gerido de forma diferente.A ideia é contratar pelo menos dois profissionais para gerenciar o dia a dia do futebol e as questões mais burocráticas do mundo da bola. No clube, são citados dois exemplos de falhas cometidas pela atual diretoria e que provocaram desconfortos.Um deles envolveu Barcos. Antes mesmo de assinar contrato com Palmeiras, o argentino já treinava na Academia de Futebol, situação que irritou a diretoria da LDU, do Equador, clube que tinha os direitos do atacante. Para conseguir contratá-lo, o Palmeiras teve de desembolsar US$ 800 mil a mais do que havia sido combinado antes com os equatorianos. No mês passado, Tirone não sabia que haveria uma reunião na Federação Paulista para apresentar o Paulistão. "Eu e o meu vice não temos que ficar preocupados com reunião de federação. O clube foi informado, mas não chegou para nós. Precisamos ter mais profissionalismo e gente qualificada para cuidar dessas coisas", disse Tirone ao Estado.Hoje o Palmeiras só tem César Sampaio, como gerente remunerado, para cuidar do futebol. Além deles, participam ainda o diretor financeiro, Antônio Henrique Silva, e o diretor jurídico, Piraci Oliveira. Ambos não recebem salários e originalmente teriam outras obrigações no clube, que não o futebol. Anteriormente, Galeano era o supervisor de futebol, mas pediu demissão logo após a saída de Felipão. "Precisamos de gente que só pense no Palmeiras. As pessoas não podem pensar no futebol e em seus compromissos particulares, como aconteceu com outros dois vices (Edvaldo Frasson e Walter Munhoz), que tiveram de deixar o clube", reclamou Tirone. A dupla pediu afastamento porque seus negócios estavam sendo prejudicados.Ontem, os candidatos à presidência Décio Perin, Wlademir Pescarmona e Paulo Nobre se reuniram por cerca de uma hora com Tirone e fizeram o que eles chamaram de maturidade política. "Discutimos com franqueza e foi algo muito proveitoso", comemorou Perin. Já Pescarmona elogiou a postura de Tirone. "Vale ressaltar a boa vontade do presidente em fazer a transição com ética e respeito." Nas próximas semanas, os candidatos vão se reunir separadamente com cada departamento do clube (futebol, financeiro, marketing e administrativo) para conversar. Na reunião não foi tratada sobre nenhuma aliança política. "Chegou a hora de situação e oposição caminharem juntos em nome do Palmeiras", disse Perin. O candidato Paulo Nobre não atendeu as ligações da reportagem.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.