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Torben perde disputa no Match Race

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Por Agencia Estado
Atualização:

Começou quente a terceira edição da Match Race Brasil, competição que reúne os melhores velejadores do País em disputas barco contra barco. A velocidade do mar, na tarde desta quinta-feira, em Salvador (Bahia), provocou a subida da maré em até dois metros e meio, tornando as regatas difíceis - muito mais que uma confraternização de tripulações amigas. E o termômetro subiu mais um pouco porque André "Bochecha" Fonseca acabou ganhando a sua disputa com Torben Grael, cinco medalhas olímpicas de vela e seu "chefe" no veleiro brasileiro "Brasil 1" que dará a volta ao mundo entre novembro deste ano e junho de 2006. Todos querem ganhar de Torben e Torben odeia perder. Resultado: uma verdadeira aula dos "empires", ou juízes da competição, que foram cercados pelos velejadores, principalmente os mais jovens, em roda no restaurante, atentos para ouvir acusações, defesas e explicações. O fato é que Torben tentou uma manobra arriscada, mas na "preferencial" do percurso, e alega que Bochecha lhe deu uma ligeira "fechada", o que provocou a batida da retranca de seu mastro no veleiro de seu "comandado". Os juízes deram uma penalização para Torben, que a cumpriu - como seria um stop and go na fórmula 1 - e ainda assim perdeu apenas "no fotochart", na "barriga" da vela balão. Torben, que está com tornozelo esquerdo inchadíssimo desde o Mundial de Star na Argentina em fevereiro, diz que está com muito coisa para fazer e que não entrava no barco de 40.7 pés desde novembro. "Não tem como a gente se preparar", explica. "Sempre vale a pena, para a vela... Mas foi uma penalidade discutível." Bochecha, 26 anos, foi para cima do "chefe" - e provavelmente também por ser assim ousado tenha sido convidado por Torben para ser parte de sua tripulação na volta ao mundo - e saiu da água declarando que a regata foi bem "pegada", que cada um dos velejadores interpreta a situação de sua maneira, "mas quem decide é o juiz". "Depois da batida, fizemos uma boa regata. Conseguimos não deixar que ele abrisse tanta distância. E, afinal, todo mundo quer ganhar dele, é normal. Ele é a estrela do evento." Quem esteve muito bem nesta quinta-feira foi Daniel Glomb, 24 anos - e que foi o mais novo velejador brasileiro em Olimpíada, com 15 anos em Atlanta/96. Ele conseguiu fazer suas duas regatas e vencer, saindo na frente com vitórias sobre os comandantes João Signorini e o argentino (nascido na Suécia) Torkel Borgstrom. E isso, menos acostumado às tais dificuldades de velocidade e maré, porque "em casa" - está morando em Porto Alegre - as velejadas são em água doce. Daniel Adler ganhou uma e perdeu outra (de Bochecha e Borgstrom, respectivamente). Na última regata possível do dia, pelo atraso na entrada do vento, Alexandre Saldanha ganhou do espanhol Santiago Vasquez. São 90 velejadores mais dois convidados por barco na água, em regatas até domingo, brigando por R$ 40 mil de premiação total por etapa, sendo R$ 25 mil para o comandante vencedor.

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