Torcida carrega Brasil e afunda Canadá no pólo aquático

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Por MARIO ANDRADA
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Canadenses e brasileiros foram unânimes em creditar para a torcida a responsabilidade pela vitória que colocou o Brasil na final do pólo aquático, nesta quarta-feira. "Nosso time errou tudo que podia. Toda vez que tivemos chances de colocar a bola no gol nós erramos. Meus jogadores não estão acostumados a jogar com esse tipo de torcida. Eles ficaram muito nervosos. O pólo aquático só vê este tipo de público em competições de primeiro nível na Europa", disse o técnico canadense Dragan Jovanovic. O pólo aquático sempre foi um esporte que se desenvolveu quase na clandestinidade das piscinas noturnas. Ver a arquibancada lotada com a torcida comandada por animadores profissionais mudou a cara do jogo pelas semifinais. "A torcida foi de outro planeta. Nunca vi nada assim na minha vida", disse Leandro Machado, lembrando que onde a força da torcida não funcionou, o goleiro "Pará" resolveu. André Cordeiro, goleiro milagroso do Brasil, concorda. "Se a gente ganhar o ouro, vai ser metade da torcida, metade do time", disse ele. Uma velha piada de outros esportes ilustra bem a diferença entre o pólo aquático e um esporte de massa como o vôlei: "No vôlei os torcedores conhecem o nome de todos os jogadores. No pólo os jogadores conhecem o nome de todos os torcedores." No quarto final e decisivo do jogo contra os canadenses, a torcida contribuiu para que a defesa do Brasil fosse intransponível. Os jogadores estavam atuando com tanta garra e com tanta vontade que poucos minutos antes do final da partida, quando um dos juizes marcou uma falta contra o Brasil. Um dos jogadores brasileiros deixou o banco de reservas disposto a tomar satisfações pessoais com o árbitro. Foi contido por um dos auxiliares técnicos, que aos berros lembrou ao atleta que a partida estava ganha.

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