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Torneio pode renovar as esperanças do País

Banana Bowl começa sob o olhar de Emilio Sánchez

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Por Bruno Deiro
Atualização:

Carente de ídolos desde a aposentadoria de Gustavo Kuerten, no ano passado, o tênis brasileiro renova suas esperanças a partir de hoje, com a abertura da 39ª edição do Banana Bowl. Realizado pela primeira vez simultaneamente em São Paulo e Florianópolis, o torneio é a principal porta de entrada para jovens entre 14 e 18 anos que buscam dar os primeiros passos rumo à carreira internacional. Tenistas de 11 países da América Latina e do Reino Unido participam da competição, válida pela penúltima das 11 etapas da Gira Cosat - sigla para Confederação Sul-Americana de Tênis. O tradicional torneio juvenil já teve a participação dos norte-americanos John McEnroe e Andy Roddick, do austríaco Thomas Muster e do checo Ivan Lendl, que depois se tornaram nomes consagrados do tênis mundial. O próprio Guga apareceu pela primeira vez no torneio, em 1992, quando tinha apenas 15 anos. Nesta edição, os tenistas brasileiros têm chances maiores nas categorias infantis, com dois paulistas. O atleta mais bem qualificado no masculino é Thiago Pinheiro, número 8 na categoria até 16 anos. No feminino, destaque para a revelação Beatriz Maia, vice-campeã na etapa equatoriana do torneio e atual número 10 do ranking até 14 anos. As chaves das categorias de 14 a 16 anos serão disputadas em São Paulo, no Esporte Clube Pinheiros. Já as partidas da categoria até 18 anos ocorrem em Florianópolis, que recebe a competição pela primeira vez. Há 343 inscritos nas categorias até 16 anos. Além do Brasil, participam competidores de Argentina, Guatemala, Equador, Colômbia, Bolívia, Paraguai, Peru, Venezuela, Chile, México e do Reino Unido. Os jogos vão de sábado até o dia 23. Na categoria até 18 anos, duas das principais apostas do Brasil são José Pereira Jr. e Tiago Fernandes. Na edição do ano passado, Zé Pereira chegou à semifinal, após vencer a etapa anterior, em Assunção, no Paraguai. Já Tiago jogou ao lado de Guga em duplas no Aberto de Santa Catarina, torneio que marcou a despedida do ex-número um do mundo como profissional. Em 2008, ele disputou a categoria até 16 anos e foi eliminado nas oitavas-de-final. VITRINE A disputa de jovens tenistas é uma boa oportunidade para o espanhol Emilio Sánchez começar o prometido trabalho de estruturação das categorias de base do tênis nacional. Contratado há um mês pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT) para ser o coordenador do esporte no País, Sánchez estará presente segunda-feira para acompanhar as partidas em Santa Catarina. "Ele conhece já alguns jogadores do juvenil, mas vê a possibilidade de observar outros", afirma Roberto Burigo, superintendente da CBT. "O Sánchez já conversou com quase todos os jogadores entre os profissionais, mas ainda não teve muito contato com os juvenis." Segundo Burigo, o projeto de modernização é de longo prazo e, aos poucos, passará às mãos de profissionais do Brasil. "No futuro, será tocado por brasileiros. Ele foi contratado para dar os caminhos. A ideia é mantê-lo por, no mínimo, 10 anos." No trabalho de renovação, a meta da CBT é atingir alto nível em todas as suas esferas, do infantil até o profissional, passando pelo juvenil. Para isso, aposta no currículo de Sánchez, que esteve no top 10 no começo da década de 1990 e vem de um bom trabalho no comando da Espanha, campeã da última edição da Copa Davis. Desfalcada de sua principal estrela - uma lesão no joelho tirou Rafael Nadal, número 1 do mundo, às vésperas da competição -, a equipe espanhola treinada por Sánchez foi buscar o título em Mar Del Plata, na casa da favorita Argentina. "Com sua experiência, ele vai identificar no Brasil aqueles profissionais mais capacitados", afirma Burigo.

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