Tricampeã mundial de kitesurfe vê com bons olhos entrada da modalidade no programa olímpico
Brasileira Bruna Kajiya vai disputar o Sertões Kitesurfe 2021 e competir entre São Miguel do Gostoso (RN) e Preá (CE)
Entrevista com
Bruna Kajiya
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Bruna Kajiya
08 de outubro de 2021 | 20h01
A brasileira Bruna Kajiya é considerada uma das melhores kitesurfistas da história, com três títulos mundiais no estilo livre, e aos 34 anos participará de um desafio inédito em sua carreira: o primeiro rali da modalidade no mundo, no qual os velejadores da categoria Elite vão velejar por 500 km.
Junto com sua prancha e sua "pipa", ela aproveitará os ventos do litoral nordestino para competir no Sertões Kitesurfe 2021 e percorrer 250 km, saindo de São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte, até chegar em Preá, no Ceará, entre os dias 8 e 14 de outubro. Nesta entrevista ao Estadão, ela fala sobre as dificuldades da prova e da entrada do esporte no programa olímpico dos Jogos de Paris, em 2024.
Acredito que vai proporcionar uma super aventura. Vai ser muito gratificante poder fazer esse litoral nordestino que é incrível, por mar, em uma competição. Isso empolga qualquer kitesurfista. Claro que tentarei fazer o mais rápido possível, mas acho que o ponto alto desse evento será fazer o litoral do Nordeste.
Estou muito animada com os trechos iniciais no litoral do Rio Grande do Norte, pois não conheço muito a região. Passo muito tempo no Ceará treinando, mas ainda falta muito para conhecer no RN. A região de Soledade é especialmente boa para nós kitesurfistas pois são braços de areia por quilômetros que fazem a água ficar bem lisinha na parte interna.
Um rali dessa dimensão oferece muitos desafios, e as muitas horas no sol é um deles. Como são muitos dias de prova, o maior desafio será chegar em boa forma em cada Check Point para seguir no dia seguinte. Para isso envolve preparação física, equipamento adequado, alimentação e hidratação durante a prova.
Sim, é uma ótima notícia para nosso esporte, um evento como a Olimpíada traz muita visibilidade para o esporte. Como nosso esporte ainda é "novo" em comparação com a maioria, será importantíssimo para evolução do kitesurfe.
Certamente, a Olimpíada traz um profissionalismo para o esporte. Outro aspecto importante é a organização que ocorre nas federações e associações nacionais, trazendo mais recursos para os atletas.
A modalidade que entrou para a Olimpíada é a de regata. É uma modalidade no momento bem pequena no kitesurfe e não a principal, ela está mais associada a regatas de barcos. A minha modalidade é a de freestyle, onde fazemos manobras e estamos mais conectados com a essência do kitesurfe, um esporte radical.
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