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Triplista surpreende e vai ao Mundial

Por Agencia Estado
Atualização:

Um salto de 17m13 confirmou o talento promissor do jovem e desconhecido atleta Jadel Gregório, de 20 anos, e garantiu sua vaga na seleção brasileira - ao lado dos medalhistas de prata no revezamento 4x100 m da Olimpíada de Sydney, como Claudinei Quirino - que irá ao Mundial de Edmonton, no Canadá, em agosto. Jadel superou o índice de 17 metros para o salto triplo, fixado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), e fez a melhor marca do mundo na temporada ao ar livre, que, no entanto, está apenas no começo. O recordista mundial, o inglês Jonathan Edwards (18m29) saltou 17m60 esse ano, mas foi na temporada indoor (pista coberta). A marca de Jadel foi conseguida no II Torneio da Federação Paulista de Atletismo, no fim de semana, no Ibirapuera. Márcio Simão de Souza também obteve o índice para o Mundial, nos 110 m com barreiras, com 13s50. O Brasil teve uma ?escola? de triplistas, entre os anos 50 e 70. Nélson Prudêncio é o representante atual daquela geração, que também teve Adhemar Ferreira da Silva, o único bicampeão olímpico do País, e João do Pulo, que já morreram. Embora conheça essa tradição, Jadel, um garoto de 2m00 de altura e 98 quilos, nem pensa em alguma comparação com esses nomes. "Tenho só 20 anos e preciso ir com muita calma." Mas, desde 1995, nenhum atleta brasileiro conseguia essa marca no triplo, motivo para o técnico Nélio Moura, que treina Jadel, comemorar o salto. Jadel fez 14m10 em sua primeira competição, em 1999. Na segunda, quando veio de Marília para São Paulo, saltou 14m80. E, em seguida, foi campeão sul-americano e medalha de bronze no Pan-Americano Juvenil, saltando 16m18, um dos dez melhores juvenis daquele ano. Nélio ressaltou que o garoto ainda está em formação física e técnica e só faz salto triplo há apenas dois anos - antes disso, saltava em altura e antes ainda, quando começou no atletismo, no Sesi de Marília, corria. Foi parar no atletismo por indicação de uma professora escolar, porque "era bagunceiro, passava o dia correndo e chamando os amigos para o pega-pega". Atualmente, Jadel treina e mora no Ibirapuera (direito que adquiriu por integrar o Programa Olímpico Projeto Futuro, da Secretaria de Esportes e Turismo do Estado de São Paulo). É atleta da Funilense/São Caetano, de quem recebe R$ 700,00 por mês. Estuda publicidade e propaganda e disse que se sente "muito estimulado com sua classificação para o Mundial." Antes de saltar 17m13, a melhor marca de Jadel era de 16m48. Agora, a meta de Nélio é continuar treinando o saltador para o desafio do Canadá. "Se ele conseguir repetir a marca de 17m13 no Mundial de Edmonton, a sua primeira competição adulta importante, ficará entre os 15 melhores e isso será muito bom."

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