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Tropeços incomodam o São Paulo

Após três derrotas, comissão técnica faz longa reunião com o elenco e pede reação já contra o Fluminense

Por Giuliano Villa Nova
Atualização:

Nunca é sinal de normalidade quando os jogadores e a comissão técnica fazem reunião de uma hora. A conversa - a mais longa deste ano -, ontem à tarde, no Centro de Treinamento do São Paulo, evidencia que o clube atravessa momento conturbado, após três derrotas consecutivas, todas por 1 a 0, para Flamengo e Corinthians, no Campeonato Brasileiro, e para o Millonarios, da Colômbia, pela Copa Sul-Americana. Embora alguns atletas afirmem que o diálogo com o técnico Muricy Ramalho tenha sido ''''de rotina'''', o teor da conversa serviu para ligar o sinal de alerta no elenco, que lidera o Nacional desde a 17ª rodada. ''''Parece que a vantagem que conquistamos sobre o Cruzeiro nos fez perder a concentração nesses jogos'''', observou o volante Hernanes. ''''Os gols que sofremos surgiram por falhas nossas.'''' A seqüência negativa - que não ocorria desde junho de 2004 - também coloca em xeque o setor ofensivo, pois o time deixou de balançar as redes nos últimos três jogos, além de perder inúmeras oportunidades. Para piorar, o poder de fogo da equipe diminuiu, em razão das contusões de Borges (só volta em três semanas) e Dagoberto (ainda não tem escalação garantida contra o Fluminense). O técnico Muricy Ramalho aponta o desgaste físico como a principal causa da queda de rendimento - especialmente no segundo tempo, quando a equipe costumava aumentar o ritmo e fazer os gols. Porém, contra o Millonarios, o treinador decidiu preservar apenas dois titulares - Jorge Wagner e Aloísio, que entraram na etapa final - e resolveu escalar outros, como Souza, que ainda sentia dores no tornozelo direito. ''''Acho que preciso dar uma parada'''', avaliou o jogador, após o confronto. SUPERIOR ? Muricy procura manter a tranqüilidade e poupa os jogadores de críticas - pelo menos em público. ''''Em nenhuma dessas partidas o adversário foi melhor do que o São Paulo'''', defendeu o treinador, que, no entanto, não esconde o desconforto pela má fase. ''''Nunca é bom perder. Temos de ganhar do Fluminense e decidir contra o Cruzeiro.'''' O elenco reduzido também tem prejudicado o trabalho da comissão técnica. Apenas 18 jogadores estavam disponíveis para enfrentar o Millonarios. E diante do Fluminense, amanhã, no Maracanã, o goleiro Bosco e o meia Hugo - suspenso por quatro meses - não atuam, assim como o volante Richarlyson, que recebeu o terceiro cartão amarelo, e o zagueiro Alex Silva, na seleção brasileira. Também há o temor de ficar sem o capitão Rogério Ceni, que sofreu lesão muscular contra o Corinthians e depende de avaliação médica para jogar no Rio. Se Rogério não atuar, o garoto Fabiano, de 19 anos, terá de assumir a posição. Com tantos problemas, a comissão técnica se previne, caso novo revés ocorra. E garante espantar a provável crise com a matemática. ''''Não será um desastre perder para o Fluminense. Nossas contas ainda serão favoráveis'''', disse Muricy Ramalho.

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