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Turbulência na véspera do Brasileiro deixa atletas do nado sincronizado abaladas

'A gente não tinha motivação para treinar', diz Lara Teixeira

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Por Demetrio Vecchioli e Nathalia Garcia
Atualização:

O Campeonato Brasileiro de nado sincronizado começa nesta quarta-feira, em João Pessoa, mas o cenário de incertezas na véspera da competição deixou as participantes apreensivas. De acordo com Lara Teixeira, que possui três Olimpíadas no currículo - Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016 -, as atletas estão muito abaladas. "A semana foi turbulenta, ficamos desapontadas com tudo o que está acontecendo. É o único campeonato nacional que a gente tem, frustra muito. A gente não tinha motivação para treinar para o Campeonato Brasileiro", afirma a atleta do Paineiras. O primeiro episódio polêmico ocorreu no início de novembro, quando a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) anunciou que os campeonatos nacionais dos cinco esportes aquáticos organizados pela entidade seriam cancelados e o pagamento de salário de seus funcionários, suspensos. Ela alegou que estava com "dificuldade de movimentar" as contas bancárias depois da decisão judicial (em caráter liminar) que afastou o presidente Coaracy Nunes, no cargo desde 1988, e mais quatro dirigentes. No dia seguinte, a CBDA voltou atrás e assegurou a realização apenas dos Campeonatos Brasileiros de natação. A angústia durou mais alguns dias para a comunidade do nado sincronizado até a confirmação da disputa de 16 a 20 de novembro, na Vila Olímpica Parahyba. O comunicado também informava que a Federação da Paraíba iria assumir "a realização e a logística" do Brasileiro de Nado Sincronizado. O segundo motivo de discussão foi a possibilidade de realizar o Brasileiro sem a presença de árbitros certificados. Apesar da oposição de dois clubes (Paineiras e Fluminense), os treinadores assumiriam a responsabilidade de julgar as atletas. Tal fato poderia afetar a parcialidade da competição, já que os resultados determinam quem são as atletas que terão direito ao programa Bolsa Atleta no ano que vem. "De mãos atadas", Lara recorreu às redes sociais na tentativa de salvaguardar a competição nacional. "A falta de informação gera uma angústia e dificulta o nosso trabalho. A parte psicológica das atletas ficou bem abalada, a ponto de a gente passar dois dias sem conseguir treinar direito", explicou.

A situação foi resolvida depois que o desembargador Nery da Costa Júnior, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), derrubou a liminar que determinava o afastamento do presidente e seus dirigentes. Assim, na última sexta-feira, a CBDA garantiu que levará juízes certificados ao Brasileiro com a volta de Coaracy Nunes ao comando.

 

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