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UCI elogia volta da investigação à 'Operação Puerto'

Mais de 50 ciclistas estão envolvido em suposto esquema de transfusão de sangue antes de provas

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Por Redação
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A União Ciclista Internacional (UCI) elogiou a decisão do Tribunal Provincial de Madri de retomar a investigação da chamada Operação Puerto, esquema de doping na Espanha envolvendo diversos atletas de elite. Enrico Carpani, porta-voz da UCI, afirmou: "Estamos muito felizes porque éramos contra a intenção das autoridades espanholas de encerrar o assunto. As autoridades agora podem começar investigações extras para que nos aproximemos de uma solução final que sirva aos interesses do ciclismo e dos demais esportes." O alemão Thomas Bach, vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), também qualificou a decisão de "boa notícia": "Espero que o processo ande rápido e que os documentos sejam colocados à disposição das federações internacionais", comentou. Na quinta, o Tribunal Provincial de Madri manteve a decisão original de não penalizar os ciclistas e os médicos envolvidos, porque o doping não era ilegal na Espanha em maio de 2006 - época do escândalo. Embora uma nova lei condenando o doping tenha sido feita mais adiante, esta não pôde ser aplicada com efeito retroativo. No entanto, o tribunal ordenou ao juiz Antonio Serrano, que fechou o caso em março de 2007, que abrisse uma investigação em relação à possibilidade de os médicos envolvidos no doping terem violado as leis de saúde pública envolvendo tratamentos sanguíneos. Caso isto seja realmente constatado, poderia estar em risco a saúde dos ciclistas que se submeteram a transfusões com seu próprio sangue, mas especialmente tratado. A técnica potencializa a apuração de glóbulos vermelhos e serve para melhorar o rendimento do atleta. O principal envolvido é o médico Eufemiano Fuentes, detido em Madri junto a outros suspeitos de fornecer serviços de doping. Os ciclistas não fizeram nada de ilegal, mas poderiam ser punidos pelas autoridades esportivas, segundo o tribunal. A investigação começou com uma batida da Polícia espanhola em clínicas de Madri e Zaragoza. Foram encontrados equipamentos de transfusão, bolsas de sangue e esteróides anabolizantes. Mais de 50 ciclistas estiveram envolvidos, incluindo o italiano Ivan Basso, campeão do Volta da Itália de 2006, e o ex-ciclista alemão Jan Ullrich, ganhador do Tour de France de 1997. Ullrich estava entre os nove corredores expulsos do Tour de 2006 às vésperas da corrida após serem ligados ao escândalo. Até agora, foram as autoridades italianas que tomaram a postura mais firme contra os ciclistas envolvidos. Basso foi inabilitado por dois anos, enquanto Michele Scarponi pegou 18 meses de suspensão. Em janeiro, o procurador-geral antidoping do Comitê Olímpico Nacional Italiano (Coni) disse que sua investigação estava sendo ampliada a 50 atletas estrangeiros - o que pode levar as autoridades esportivas a excluir qualquer ciclista envolvido de competir na Itália. O espanhol Alberto Contador, campeão do Tour de France em 2007, também foi ligado ao esquema, mas negou qualquer acusação.

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