Ultramaratonistas brigam por recordes

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Por Agencia Estado
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Luciano Prado dos Santos acha que poderia ter feito mais alguns quilômetros, além dos 241 e 690 metros que correu, nas 24 horas de Soochow, em Taiwan, em março, se não tivesse perdido tempo em plantar bananeira para a tevê. "Eles gostaram, pediam para eu fazer de novo... Se eu soubessse que poderia melhorar ainda mais a minha marca... Mesmo assim, melhorei em dois quilômetros." Domingo, Luciano embarca para a Holanda, mas dessa vez não só quer melhorar sua marca pessoal, mas pretende chegar o mais perto possível do recorde das Américas, "de 273 km e uns quebrados", que pertence a Valmir Nunes. Luciano disputa as 24 horas Internacional Kroon de Apeldorn, terça e quarta-feira. "No ano passado, fui segundo em Apeldorn, mas agora, após esses dias de treinos em Campos do Jordão - estou em um local lindo, a 1.950 metros de altitude -, acho que poderei ir bem. Acredito que eu vou correr 250 quilômetros em 24 horas", prevê Luciano, de 37 anos, 1,61 m e 60 quilos. Luciano disse que tenta se manter concentrado no ritmo da prova a maior parte das 24 horas - só pára para fazer massagens e ir ao banheiro, mas come e bebe correndo. "Também repito a taboada na cabeça para passar o tempo." O frio que chega a 12 graus de madrugada, mesmo na primavera holandesa, é o que mais deve atrapalhar, prevê Luciano. "Eu quero o recorde do Valmir e ele quer o recorde mundial", observa Luciano. O ultramaratonista, Valmir Nunes, vai tentar bater o recorde, que pertence a um grego, no Mundial da República Checa, em outubro, mas não correrá na Holanda. "Correr acima de 250 quilômetros, mais de 270, significa viver de cachê", afirma Luciano que, atualmente, concilia a corrida com sua profissão de câmara da ESPN Brasil. Tirou férias para treinar 13 dias em Campos do Jordão, mas na sua rotina diária concilia a corrida e o trabalho. Corre cerca de 30 quilômetros pela manhã, vai e volta de bicicleta para o trabalho - são 15 km da Zona Norte, onde mora, à sede da TV, no Sumaré - e quando chega em casa, à noite, ainda corre mais 15 km na esteira. Luciano começou a correr porque estava se sentindo "meio gordinho". Trabalhava como meio oficial de torneiro mecânico e jogava futebol no fim de semana. "Eu sempre gostei de ler e foi por causa de um livro, o Guia Completo de Corrida, de James Fix, que decidi fazer a atividade." Desde 1990 corre ultramaratona. O livro ainda acompanha Luciano que compra todas as edições que encontra nos sebos da cidade.

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