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Um longo salto até o pódio inédito

Adversárias em ótima fase tornam mais difícil a conquista da primeira medalha do atletismo feminino brasileiro

Por Marcelo de Moraes
Atualização:

A busca pela inédita medalha olímpica no atletismo feminino se tornou mais complicada para a equipe brasileira. Tudo porque as provas onde o Brasil possui maiores chances de subir ao pódio em Pequim têm sido marcadas nos últimos dias por desempenhos espetaculares das competidoras adversárias. No salto em distância, onde Maurren Maggi e Keila Costa são as esperanças brasileiras de bom resultado, a portuguesa Naide Gomes acabou de fazer a melhor marca do ano, com 7,12 metros, no Grande Prêmio de Mônaco, na terça-feira. Keila terminou em quinto lugar, com 6,53 metros. Maureen não disputou a prova. No mesmo evento, a russa Yelena Isinbayeva bateu o recorde mundial no salto com vara pela 23 ª vez, com 5,04 metros. Deixou para trás todas as suas adversárias, incluindo a brasileira Fabiana Murer, outra das apostas do Brasil para quebrar o jejum olímpico de medalhas no atletismo feminino. Até hoje, o melhor desempenho nacional nessa modalidade foi a quarta colocação de Aída dos Santos, na Olimpíada de Tóquio, em 1964, no salto em altura. Ela alcançou a marca de 1,74 m, quatro centímetros a menos do que Taisa Chenchyk, ucraniana que conseguiu a medalha de bronze e representava na época a União Soviética. Além das marcas obtidas essa semana, as principais adversárias brasileiras têm mostrado uma seqüência consistente de resultados. No salto em distância, Naide Gomes, que nasceu em São Tomé e Príncipe mas adotou a cidadania portuguesa em 2001, fez as duas melhores marcas do ano num espaço de apenas sete dias. Antes dos 7,12 m conseguidos em Mônaco, ela alcançara 7,04 m, na Suécia, na semana anterior. A favor de Maurren existe o fato de ela ser dona do quarto melhor salto de 2008, depois de atingir 6,99 m em São Paulo, no fim de junho. Além disso, esse resultado foi obtido mesmo com um vento contrário de 0,5 metro por segundo. Em Mônaco, a portuguesa Naide foi ajudada por um vento de 1,3 metro por segundo. Para Fabiana, as dificuldades parecem ser maiores. O favoritismo de Yelena Isinbayeva é absoluto no salto com vara. É a única mulher que ultrapassou a barreira dos 5 metros, quebrou recordes mundiais com freqüência impressionante e já provou que suporta a pressão de uma olimpíada, pois foi a campeã em Atenas, em 2004. Mas ela não é único obstáculo no caminho de Fabiana para as medalhas. A americana Jennifer Stuczynski saltou 4,92 m no início de julho, seu melhor resultado em todos os tempos. Mesmo enfrentando problemas nas costas nos últimos dias, a americana é favorita para os primeiros lugares na Olimpíada. Em Mônaco, sem a presença de Stuczynski, Fabiana ficou atrás também da russa Yuliya Golubchikova, das polonesas Monika Pyrek, Anna Rogowska e de outra russa Svetlana Feofanova.

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