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Uma despedida triunfal para Armstrong

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Por Agencia Estado
Atualização:

Não há outro adjetivo para descrever a despedida do norte-americano Lance Armstrong do ciclismo: triunfal. Literalmente, pois foi em Paris, com o Arco do Triunfo ao fundo, que o atleta encerrou a carreira no auge: o primeiro lugar da classificação geral da Volta da França, prova na qual é recordista, com a sétima vitória conquistada neste domingo. "Vive le Tour, forever!" (Viva a Volta, para sempre!, em mistura de inglês e francês), disse o maior mito do ciclismo no fim de seu discurso, ao lado dos filhos, Luke e as gêmeas Grace e Isabelle, que estavam, não por acaso, vestidas de amarelo, cor dos campeões do ciclismo e das pulseiras de silicone que Armstrong tornou famosas mundialmente. Lance Armstrong é uma lenda do esporte com muito a ensinar mesmo para quem não é fã de ciclismo. Nascido em 1971 em Dallas, o nome Lance foi escolhido pela mãe, Linda, por causa de um jogador de futebol americano. Foi abandonado aos dois anos pelo pai e espancado na infância pelo padrasto, que lhe deu o sobrenome. Ganhou seu primeiro triciclo aos dois anos e a primeira bicicleta aos 5, um presente do avô. Sem talento para futebol americano, tentou natação e o triatlo, onde descobriu o talento para o ciclismo, sempre incentivado pela mãe. Mas os resultados só apareceram em 1993, quando foi campeão mundial e ganhou a primeira etapa na Volta da França de sua carreira, embora não tenha completado a prova. Em 1996, com outras etapas da competição francesa no currículo, Armstrong sentiu uma contusão que tornava quase impossível permanecer sobre a bicicleta. O diagnóstico foi uma surpresa: um câncer de testículo com metástase (tumores secundários) em seus pulmões e cérebro que lhe davam apenas 50% de chance de sobreviver. O ciclista optou por um tratamento com cirurgia e fortes doses de quimioterapia. Se sobreviver já era um ato heróico, parecia impossível voltar a pedalar, especialmente depois de ter perdido parte da sua massa muscular. Mas o impossível não existe no dicionário de Lance Armstrong, que não desistiu mesmo depois de não ter conseguido completar a primeira prova após a recuperação, em 1998. O ciclista não só voltou a competir como venceu a competição mais difícil do ciclismo mundial, a Volta da França, no ano seguinte. Depois, foram mais seis vitórias seguidas na Volta da França, uma medalha de bronze na prova de estrada na Olimpíada de Sydney, em 2000, e três filhos. Lance Armstrong encerrou sua carreira esportiva agradecendo à sua equipe, seu maior rival, o alemão Jan Ullrich, e um de seus ?sucessores?, o italiano Ivan Basso. Na seqüência, deixou seu recado para os que não gostam de ciclismo ou reforçaram suspeitas, das quais nunca se livrou, de competir dopado. "Àqueles que não acreditam no ciclismo, aos cínicos e céticos digo: que pena que não possam acreditar em milagres! É uma carreira e um esporte sensacional!"

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