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Vaias e gols

Brasil derrota Japão sem sustos, para alegria da torcida e constrangimento da presidente Dilma, vaiada em Brasília

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Por Redação
Atualização:

Vaias e aplausos marcaram a estreia do Brasil na Copa das Confederações. Os jogadores saíram ovacionados do Estádio Mané Garrincha, ontem em Brasília, com a tranquila vitória por 3 a 0 em cima do Japão. A presidente Dilma Rousseff não teve a mesma sorte. Antes mesmo de a partida começar, no protocolo de abertura do torneio, Dilma recebeu uma estrondosa vaia que encobriu os tímidos aplausos de parte da plateia. Até mesmo Joseph Blatter, presidente da Fifa, perdeu a embocadura. Ao lado da presidente, o dirigente tremeu ao ler o rápido discurso dando boas vindas ao País ao torneio.A seleção brasileira, que não tinha nada com isso, não empolgou se arrastando no primeiro tempo. Uma lentidão sem proposta. Quis fazer da posse de bola sua maior virtude. Teve 63% contra 37% do Japão, de acordo com números oficiais da Fifa. Importante, mas de uma chatice sem fim. O Brasil, se não levou sustos, pouco incomodou o goleiro Kawashima. De pink, ele fez uma intervenção decisiva em chute de Fred. E no golaço de Neymar não tinha mesmo o que fazer. Depois de Fred ajeitar com o peito um cruzamento de Marcelo, o craque do Barcelona bateu de primeira e mandou a bola no ângulo.Aliás, o gol de Neymar, logo aos 3 minutos, não teve o poder de transformar o jogo da seleção em algo avassalador. Se esperava que, capitaneada por seu astro maior, a equipe fosse para cima dos japoneses para liquidar a fatura. Não foi e permitiu ao Japão voltar à respiração normal. Passado o susto, o time asiático conseguiu manobrar bem a bola sob as ordens de Honda. Faltou apenas o instinto de craque ao meia para levar seu time ao empate.Honda não teve boa companhia para induzir o Brasil ao erro. A seleção de Felipão também não apresentou seu cartão de visitas. Oscar, desconectado, não apareceu para articular o ataque. Neymar ainda procurou alguma solução com suas arrancadas e dribles diferentes. A melhor alternativa era a combinação de Hulk com Daniel Alves pelo setor direito - o mapa da mina. Acontece que Hulk é escravo de sua força. Por isso ele não traduziu as jogadas em perigo ao pobre Kawashima.Sem apetite, a seleção frustrou um pouco a imensidão amarela, maioria absoluta entre os 67.423 pagantes no Mané Garrincha. Entre uma decepção e outra, os torcedores bem que tentaram empurrar o Brasil com cânticos surrados. E não foi retribuída com bom futebol.No segundo tempo, quando se esperava uma resposta do Japão à derrota parcial, a seleção brasileira carimbou o segundo gol. A exemplo do que havia acontecido na primeira parte do jogo com o gol relâmpago de Neymar, Paulinho marcou aos 3 minutos aproveitando cruzamento rasteiro de Daniel Alves. Os japoneses desabaram e a torcida canarinha urrou de alegria. A festa estava garantida.A vantagem de dois gols deu ainda mais poder à seleção para sustentar a soberania do jogo. Seguros, os jogadores não perderam o controle da situação. Nem mesmo as trocas do italiano Zaccheroni para aumentar o poder de fogo dos japoneses tiraram a concentração do time brasileiro. Em busca de nova motivação, a torcida passou a pedir por Lucas desde os 10 minutos. Felipão atendeu aos chamados lá por volta dos 30 minutos. Lucas entrou no lugar de Neymar, avariado com algumas pancadas, e pouco produziu.Jô entrou pouco depois de Lucas na vaga de Fred e se deu bem. Nos derradeiros minutos, fez o terceiro com assistência perfeita de Oscar em um contra-ataque. Na comemoração, todos os jogadores, incluindo os do banco de reservas, se abraçaram numa demonstração de união e, por que não, de força. O Brasil larga bem nas Confederações e, parece, com a torcida ao seu lado. A próxima parada é contra o México, em Fortaleza.

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