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Vela: renovação é difícil, diz técnico

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Por Agencia Estado
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O iatista da classe Laser, Robert Scheidt, espera servir como referência para velejadores mais jovens, assim como foi para ele um dia Peter Tanscheidt. "Na eliminatória olímpica de 1996 foi uma rivalidade muito saudável. Foi um esportista tremendo na classe Laser." Scheidt espera servir de inspiração para que jovens vejam nele o sonho de um dia disputar uma medalha olímpica. O técnico Cláudio Bieckark sabe que isso pode ajudar, mas não acredita no surgimento imediato de uma grande base para a vela brasileira que ganhou o maior número de medalhas para o Brasil até o momento (são 13, contra 12 do atletismo). "Hoje de 170 meninos que disputam a classe Optmist se sobrarem dois é muito", observa. Bieckark entende que a formação precisa ser repensada. "O nível de exigência dos meninos é muito grande - ter de conciliar treinos puxados, com estudos. Temos de aproveitar os talentos que surgem. Nossa base de velejadores é muito pequena e, aos 15 anos, uma fase crítica na vida de um jovem, eles desistem." Bieckark também defende a inclusão de dois atletas por classe na equipe olímpica permanente de vela. "A vela de nível olímpico está muito bem estruturada, foi uma campanha bem feita e que custou caro. Mas num segundo estágio temos de trazer mais gente para a equipe olímpica, porque atualmente se eleva o nível desse time e o resto não cresce junto." Na equipe inglesa são cinco ou seis os iatistas de cada classe, de forma a garantir automaticamente a renovação. "Esse ano, até se tentou trazer dois atletas de cada classe, mas o dinheiro não foi suficiente." Incentivo - A Federação Brasileira de Vela e Motor tem patrocínio da Petrobras para a equipe olímpica e recursos da Lei Piva - na repartição do dinheiro pelo Comitê Olímpico Brasileiro tem a cota máxima para esportes de ponta, como o vôlei, o basquete e o atletismo. Mas se Scheidt é hoje um profissional da vela, na base de sua formação estão os pais Fritz e Karin. Quando era menor viajava para competições para fora do Brasil custeado e acompanhado pelos dois. Aos 20 anos, quando podia dirigir mas não podia alugar um carro na Alemanha, por exemplo, por ter menos de 21, seguia com a mãe. "Ele dirigia, eu ia do lado, mas tinha de ir junto para alugar o carro porque ele precisava dessa mobilidade para ficar competindo lá por um mês e meio." Os pais viram a conquista da medalha de pertinho, de um barco que os organizadores colocaram para os espectadores - com ingressos pagos, naturalmente. "Foi uma ciscunstância muito especial, ficamos muito felizes. O sentimento, por tudo o que fizemos, é de recompensa.

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