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Vettel, uma cara nova no pódio

Piloto de 21 anos, da equipe Toro Rosso, vence o GP de Monza; Massa, em 6.º, esquenta a briga pelo título

Por Livio Oricchio e MONZA
Atualização:

Da nova geração de jovens supertalentosos da F-1 só faltava Sebastian Vettel conquistar a primeira vitória. E ontem, para reforçar ainda mais a imagem de campeão do mundo em potencial, o alemão de 21 anos, da ascendente Toro Rosso, venceu de forma brilhante o GP da Itália, no desafiador circuito de Monza, em especial na chuva. Felipe Massa, da Ferrari, chegou apenas na sexta colocação, mas como seu principal adversário na luta pelo título, Lewis Hamilton, da McLaren, foi sétimo, ele reduziu a diferença na classificação do campeonato para só um ponto: 78 a 77. Largar em sexto e receber a bandeirada em sexto, tendo à frente no grid pilotos de equipes como Toro Rosso, Red Bull e Williams, a exemplo de Massa, ontem, pode parecer um resultado decepcionante. Mais: significa perder a oportunidade de assumir a liderança do Mundial, já que Hamilton começou a corrida apenas na 15ª colocação. Mas o piloto da Ferrari estava feliz ao fim da 53ª volta e resignado diante das dificuldades enfrentadas. "Infelizmente acabei perdendo três ou quatro posições para os carros mais pesados e que pararam nos boxes depois de mim", explicou. Massa optou por dois pit stops enquanto Robert Kubica, da BMW, terceiro, ontem, Fernando Alonso, Renault, quarto, e Nick Heidfeld, BMW, quinto, escolheram parar uma única vez. "Eles aproveitaram seu pit stop para colocar os pneus certos (intermediários) e ganharam muito tempo", disse o piloto da Ferrari. Massa havia feito seu primeiro pit stop na 22ª volta, quando era quarto, e logo na 33ª precisou regressar aos boxes para substituir os pneus de chuva pelos intermediários. A chuva havia parado. "Pena, pois prejudicou nossa estratégia de chegar ao pódio." Vettel, em primeiro, não foi ameaçado por ninguém. Sua velocidade, constância, eficiência dos boxes da Toro Rosso impressionavam. Heikki Kovalainen, com o melhor carro para essas condições, McLaren, seguia o alemão, mas apenas de longe, em segundo. E terminaram a prova nessas posições. Quem avançou por conta de arriscar uma só parada foram Kubica (largou em 11º), Alonso (saiu em 8º), e Heidfeld (10º). A possibilidade de Massa ser terceiro, como planejara, era real. Um fator, no entanto, poderia ter gerado um grande problema para Massa: Hamilton. O inglês tinha sua McLaren mais acertada para o asfalto molhado que, somada a sua imensa habilidade na chuva e a velocidade do seu carro nessas condições, o fazia voar nos 5.793 metros da perigosa pista italiana, notadamente com visibilidade reduzida. Na 27ª volta, no que seria, em princípio, o pit stop único, outro ponto a seu favor, Hamilton já era segundo. A projeção da corrida sugere que terminaria em segundo também. Mas aí a mudança do tempo ajudou Massa. Hamilton também precisou parar para substituir os pneus de pista molhada pelos intermediários, na 36ª volta, e regressou à pista em sétimo, cerca de oito segundos atrás de Massa. "Do jeito que ele vinha ultrapassando todo mundo achei que vinha para cima e eu tinha problemas com os espelhos, sujos, não via nada", contou Massa. "Meu engenheiro ia me informando pelo rádio a posição dele atrás de mim." O estilo por vezes agressivo de Hamilton comprometeu seus pneus, de novo, como já havia ocorrido em etapas como as de Istambul, ano passado, e Hungria, nesta temporada. A essa altura havia trilha seca no asfalto. "Ele teve problemas e os carros na sua frente, agora, eram também mais rápidos." Massa teve outras dificuldades: "Eu perdi cinco ou seis segundos ao deixar o Nico Rosberg me passar, quando o ultrapassei (para ser quarto) e fui obrigado a cortar a zebra. Fiquei com receio de ser punido e a equipe também recomendou que eu o deixasse passar, isso conta muito no fim."

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