Condenado a 6 anos de prisão por atentado violento ao pudor, o velocista Vicente Lenílson de Lima poderá recorrer em liberdade. Com isso, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) revelou que ele continuará competindo normalmente. O próprio atleta confirmou, em entrevista à TV Globo: ?A vida continua e seguirei treinando de cabeça erguida.? Aos 28 anos, Vicente Lenílson responde processo desde novembro de 2003, quando foi acusado por Marly Sales de Carvalho, noiva do meio-fundista Hudson de Souza, seu companheiro na equipe brasileira de atletismo. A sentença do juiz Antônio Roberto Sylla, da 1ª Vara Criminal de Presidente Prudente, em São Paulo, é baseada no artigo 214 do Código Penal, um crime hediondo. Ela foi dada no último dia 10, mas acabou sendo divulgada apenas nesta terça-feira. Medalhista olímpico - foi prata no revezamento 4x100 metros nos Jogos de Sydney/2000 -, Vicente Lenílson tem cinco dias para recorrer da sentença. Até o momento, no entanto, nem ele nem a advogada de Marly, Angélica Carro, foram intimados. Classificado para o Mundial Indoor de Moscou, na Rússia, entre os dias 10 e 12 de março, Vicente Lenílson não será desligado da seleção brasileira e poderá viajar se for liberado pela Justiça, o que deve acontecer. Outro lado - Vicente Lenílson treina e mora em Presidente Prudente, de onde Hudson e Marly se mudaram ? estão morado em Brasília ? depois do episódio. Ao ficar sabendo da condenação, Hudson disse que Vicente Lenílson teve o que mereceu. E Marly afirmou que está aliviada. ?É um assunto delicado, que me desgastou muito. A pessoa deve responder pelo que faz. Graças a Deus, a Marly teve a coragem de denunciar, porque muitas mulheres passam por essa situação e ficam caladas. Ainda mais em Presidente Prudente, em que o Jayme (o técnico Jayme Netto Jr.) queria abafar a história?, afirmou Hudson. ?Todo mundo dizia que eu queria ganhar dinheiro dele. Foi a Justiça de Deus. Que aperto no coração que eu sentia. Agora, que alívio?, revelou Marly, que mora com Hudson há quatro anos.