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Vida de piloto: entre diversão e alguns 'micos'

Fazer parte da categoria garante privilégios fora das pistas, mas também situações bastante constrangedoras

Por Livio Oricchio
Atualização:

ENVIADO ESPECIALMELBOURNENa Fórmula 1 não basta apenas ser bom de volante, também é preciso ter um certo talento para garoto-propaganda e espírito de aventura para encarar desafios fora das pistas. Na Austrália, como em todos os países onde competem, os pilotos têm de dividir o tempo nas mais variadas atividades promocionais. Algumas podem não ser muito divertidas, mas outras podem deixar muita gente com inveja.O britânico Lewis Hamilton, da McLaren, por exemplo, pode dizer que já teve o prazer de comandar um barco que participou da mais tradicional competição de vela do mundo, a America"s Cup. Ao leme do The Spirit, o piloto passeou por vários dos principais pontos turísticos da cidade de Sydney, como a Harbour Bridge e o Opera House, durante as poucas horas que passou na cidade. Hamilton conta que aprendeu alguns conceitos básicos de vela em uma competição que fez para a empresa Hugo Boss, mas revela que, na ocasião, acabou sendo desclassificado porque seu barco bateu em um adversário. O britânico diz que comparações entre os dois esportes são difíceis. "Nada é como um carro de Fórmula 1. Não existe nada parecido."Micos. Sebastian Vettel, da Red Bull, cumpriu um compromisso mais cultural. Em Melbourne, testou suas habilidades no bumerangue ? antiga arma de caça australiana, hoje um popular brinquedo ? e no didgeridoo ( um instrumento musical aborígine). "A experiência foi boa, mas não sei se fiz direito", admite o alemão, um tanto constrangido.Não era para menos. A ideia do bumerangue é que, quando arremessado corretamente, ele volte para quem o atirou, mas Vettel acertou um carro e um fotógrafo com o brinquedo. Fórmula 1 pode ser cultura, mas também garantia de "micos" . "Obviamente pilotar um carro é mais fácil", garante o alemão. Diversão. Michael Schumacher que o diga. Nem o alemão com seu status de ídolo internacional escapou de alguns momentos constrangedores. No Brasil, por exemplo, o heptacampeão mundial levou uma pedalada de Robinho em um jogo de futebol beneficente que o deixou bastante irritado, já que é proprietário de um time na Áustria e sempre cultivou com certo orgulho o fato de ter intimidade com a bola.Ao Estado, antes do GP do Bahrein, o alemão admitiu que o motivo que o levou a deixar a Fórmula 1 foi a pouca disposição para os compromissos promocionais e a distância da família. A alegria de pilotar ainda existia, tanto que, ao assinar com a Mercedes neste ano, impôs a condição de que tivesse tempo livre entre as corridas. Antes do GP de Melbourne, o piloto visitou o Sea World em Gold Coast, onde, com seu prestígio de heptacampeão da Fórmula 1, pôde entrar no tanque dos golfinhos. A fêmea Nila, uma das atrações locais, até pareceu fazer uma pose para a foto. Surfe. Mas não é preciso ser heptacampeão para se divertir. O brasileiro Lucas di Grassi, da Virgin, surfou com o bicampeão mundial (1987 e 1991) Damien Hardman. "O surfe é um esporte muito exigente no aspecto físico, então é uma boa preparação para guiar o carro, já que movimenta os músculos do corpo."

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