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Vila do Pan vive clima de fim de festa

Maioria das 42 delegações internacionais deixa o local; atletas aproveitaram para fazer comércio

Por Silvio Barsetti
Atualização:

Estandes fechados, tendas vazias, agentes da Força Nacional de Segurança mais relaxados e um ou outro atleta circulando sem nenhum compromisso pelos jardins ao redor dos prédios. Um dia depois do encerramento dos Jogos no Rio, a Vila do Pan parecia uma casa de repouso, um contraste com os dias agitados das últimas três semanas. Nesta segunda-feira, a maioria das 42 delegações internacionais já havia deixado o local. Quem não teve pressa para viajar, preferiu abrir um mercado ao ar livre, na praça central. Ali, agasalhos, camisetas, calças e uniformes dos comitês olímpicos eram negociados em dólares. A equipe de futsal da Bolívia arrecadou, em poucos minutos, mais de US$ 300 (cerca de R$ 567). Marvin Bejarano, Didi Torrico e Ariel Juarez, todos jogadores do time, entravam e saíam da área restrita a atletas com bolsas e sacolas cheias de mercadoria. Na praça, no final da tarde desta segunda-feira, atraíam voluntários do Comitê Organizador e até policiais da Força Nacional. Uma jaqueta oficial da comitiva boliviana passou por um leilão informal e acabou com preço reduzido em 50%. O pedido inicial era de 80 dólares. Foi vendida por US$ 40. O médico do Comitê Olímpico da Bolívia, Henry Andres, era quem intermediava as negociações. O grupo voltará para casa apenas nesta terça-feira. "Não ganhamos medalha nenhuma. Então, temos de voltar para casa com pelo menos alguns dólares", comentou o boliviano. O velocista brasileiro Sandro Viana, que chegou a disputar a final dos 200 metros no Pan, também aproveitou o primeiro dia de folga para interagir com colegas de outros países. Ele disse que fugiu à regra. E apenas trocou peças de seu uniforme com atletas canadenses. "Fiz muitas amizades na Vila do Pan e sair daqui é como partir o coração ao meio", declarou Sandro Viana, antes de pegar um táxi para fazer compras num shopping da Barra da Tijuca. Antes de seguir para o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o panamenho Jonathan Gibson, da equipe de atletismo, contava o dinheiro que levaria de volta para seu país. Primeiro, ao abrir a carteira, disse que a quantia era fruto da economia de diárias. Mas depois deu uma dica do que tinha feito para "alegrar a namorada". "Não gosto de levar peso na bagagem. Só fiquei com uma sacola de roupas. Eu me desfiz do restante." Se alguns demonstravam habilidade nos negócios, os equatorianos não avançavam. Dagoberto Ordomez, da equipe de futsal, só aceitava vender seu agasalho por 100 dólares. Ficou sem clientela. "Por menos, não faço", avisou. A Vila do Pan estará aberta até quarta-feira, ao meio-dia. Depois, passará por um período de transição, com a instalação de rampas provisórias em diversas áreas de acesso. No domingo, chefes de delegações de comitês paraolímpicos vão passar o ocupar o espaço e, dois dias depois, começam a chegar os atletas selecionados para os Jogos Parapan-Americanos, de 12 a 19 de agosto.

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