Vítima de tiro no passado, Jovane fecha Mundial como melhor esgrimista do Brasil

Atleta paralímpico de 34 anos fica em quinto lugar na prova de espada B

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Por Redação
Atualização:

Vítima de disparo de arma de fogo durante um assalto que lhe causou uma lesão na medula óssea aos 22 anos de idade, o gaúcho Jovane Guissone viveu neste domingo, em Roma, um capítulo importante da vida de superação que passou a enfrentar desde aquele momento dramático. Ele, que se tornou atleta paralímpico poucos anos depois de ser alvo deste bruto ato de violência, fechou o Mundial de Esgrima em Cadeira de Rodas de 2017 como o brasileiro de melhor desempenho entre os que participaram da competição realizada na capital italiana.

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Competidor mais experiente do time nacional, Jovane hoje está com 34 anos e conquistou o quinto lugar da prova da espada B (para atletas com menor mobilidade de tronco) do evento encerrado neste domingo no Hotel Hilton Airport.

Jovane Guissone (direita) é esgrimista paralímpico. Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB

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Com o resultado, ele foi o maior destaque da equipe brasileira, também representada neste Mundial pelo paranaense Moacir Ribeiro e pelos paulista Alex Sandro Souza e Lenílson Oliveira. Jovane, Moacir e Lenílson competiram neste domingo na disputa por equipes da espada, que encerrou o evento e na qual o Brasil terminou em oitavo lugar.

O time formado pelo trio superou adversários do Canadá por 45 a 36 na estreia, mas em seguida caiu nas quartas de final diante da Itália por 45 a 22. Depois, os brasileiros voltariam a ser derrotados pela Hungria (45 a 31) e pela Ucrânia (45 a 19), fato que determinou a classificação final em oitavo lugar.

Apesar de só ter conseguido bater os canadenses junto com Moacir e Lenílson nesta disputa do Mundial, Jovane valorizou a campanha do time nacional e a experiência adquirida na Itália visando as competições de 2018, quando as pontuações das mesmas valerão para definir postos no ranking mundial. A listagem determinará os primeiros classificados desta modalidade para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2020.

"Um ano após os Jogos Paralímpicos (do Rio de Janeiro), era a hora que tínhamos para fazermos testes. O Mundial serviu para nós avaliarmos algumas ações porque no próximo ano é que se tem início a classificação para os Jogos (de 2020). Foi um ano complicado, pois tive de mudar de clube e equipe. Claro que queria uma medalha e um resultado melhor, mas para o ano que vem vamos trabalhar bastante para conseguir a vaga para Tóquio por meio do ranking mundial", afirmou Jovane, por meio de declarações distribuídas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

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A Rússia foi o maior destaque deste Mundial de Esgrima em Cadeira de Rodas, com 22 medalhas, sendo cinco de ouro, seis de prata e 11 de bronze. Dona da casa, a Itália terminou o evento em segundo lugar, com quatro ouros, duas pratas e três bronzes, enquanto a Hungria garantiu a terceira colocação no pódio de nações, com três ouros, duas pratas e dois bronzes.

"O Mundial era a primeira competição do ciclo paralímpico que se iniciou. Tínhamos uma equipe bastante nova, com exceção ao Jovane, que é mais experiente. Estamos em um momento de transição de time e foi bom para testarmos os atletas, darmos mais experiência a eles no cenário internacional, em combates de alto nível. Agora é focar nessa melhora do nível técnico", afirmou Ivan Schwantes, técnico do time nacional, ao avaliar a participação do Brasil neste Mundial.

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