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Wimbledon (re) inventa moda

Tradicional torneio vira palco para desfile de trajes de gosto duvidoso

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Por Giuliander Carpes
Atualização:

Mais do que nunca, Wimbledon está na moda entre os ingleses. Prova disso é que o torneio bateu recorde de público: 88 mil pessoas assistiram às partidas nos dois primeiros dias de competição este ano. E tem gente que quer inventar moda também ao pisar a grama londrina. Basta reparar em como alguns tenistas têm entrado em quadra para a disputa dos jogos. Roger Federer, desta vez, abusou. Tudo bem que ele está a um passo de bater o recorde de conquistas em torneios de Grand Slam - divide a honraria com Pete Sampras, cada um com 14 vitórias - e de se tornar, definitivamente, o maior da história. Mas tudo tem um limite. O suíço tem entrado em quadra com um blazer e uma calça de linho, trajes que levam o logotipo de sua linha de roupas personalizada. Não é a primeira vez que Federer esbanja seu gosto duvidoso. Agora, porém, carrega a tiracolo uma valise com detalhes dourados que em nada lembra as tradicionais bolsas para carregar raquetes. "É angustiante que Federer, que afirma ser um amante da tradição, faça parte de uma grotesca paródia do tradicional", criticou Pete Bodo, especialista da Tennis Magazine. "Suspeito que os estilistas e consultores de marketing de sua patrocinadora encham o tenista de elogios sobre o quanto ele é elegante e, mais uma vez, ele fraqueja e aceita vestir esses desastres fashionistas." BLAZERS O número 2 não é o único a exagerar ou, no mínimo, inventar moda. A chave feminina é prodigiosa em modismos que pouco colaboram para lembrar que o tênis ainda é um esporte e que, cada vez mais, exige muita mobilidade dos seus praticantes. Maria Sharapova e Serena Williams, por exemplo, não abrem mão de entrar em quadra com seus blazers. "No meu tênis ideal, uma comissão aprovaria todos os vestidos antes que as jogadoras pudessem vesti-los em quadra. Tem coisa de muito mau gosto por aí", declarou a musa russa. Os organizadores do torneio não gostam de invenções. Mas, por enquanto, não as proíbem. Regra que todos devem cumprir é a de usar roupas brancas em quadra. Como não podem colorir, os fabricantes acabam por querer criar tendências. Ou recriar. Andy Murray, o queridinho da torcida da casa, estreou uniforme que lembra o utilizado por Fred Perry na conquista de 1936, a última de um britânico em Londres. Quem sabe dê sorte. Ao menos o tenista não se equivocou no guarda-roupa. Elegância é mesmo sinônimo de tradição em Wimbledon.

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