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Zé Roberto quer seleção bem informada

Por Agencia Estado
Atualização:

O técnico José Roberto Guimarães não quer nunca mais ver uma atleta da seleção brasileira enfrentar uma rival que não conhece numa Olimpíada. "A Mari nunca tinha jogado contra as russas até aquela partida (pelas semifinais, que terminou com derrota do Brasil no tie-break)." Cada uma das atletas da seleção deverá ter feito pelo menos 150 partidas até os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. E já definiu o perfil do Brasil deste novo ciclo olímpico: um time de coração e totalmente dedicado ao trabalho. "As regras serão rigorosas." Quer meninas que não tenham medo de ficar com os braços fortes, não fiquem penduradas no celular e não se atrasem. O técnico Zé Roberto, de 52 anos, começa a comandar a seleção para esse ciclo olímpico, a partir do dia 25, quando o grupo convocado se apresentará em Saquarema, no Rio. São 16 as jogadoras nessa primeira lista. Também uma parte da seleção masculina trabalhará no centro de treinamento da Confederação Brasileira de Vôlei, com o técnico Bernardo Rezende, a partir dessa data. "Tenho minhas regras. E na seleção, qualquer problema que houver, não terá conversa. Elas terão de se comportar, se concentrar no trabalho." O técnico, que não tem o hábito de se exceder nas cobranças em público, garante "estou falando sério" quando vai informando sobre suas novas regras: caixinha para atrasos, limitação do uso de telefones celulares nos treinos e competições, e fim da vaidade. "Quem for dondoca, ficar com nhem, nhem, nhem e nove horas, está fora." Quer atleta de "braço forte e mãos calejadas, que concorde em fazer sacrifícios". O técnico tem como metas no planejamento, até 2008, manter o Brasil bem posicionado no ranking, estar no pódio do Mundial de 2006, do Pan-Americano de 2007, e da Olimpíada de 2008. Esta será uma temporada de testes de várias jogadoras. "Temos tempo, começando agora", afirma Zé Roberto, que poderá utilizar sessões de neurolinguística para conhecer melhor o grupo. "São detalhes que podem ser levados para a seleção. Esse tipo de linguagem melhora muito o grupo." Zé Roberto afirma que o mundo está procurando por jogadoras cada vez mais altas. Para ele, o ideal, em termos de biótipo são as atletas longilíneas, rápidas e habilidosas, como Fabiana - chamada de a cubana do Brasil - e Mari. "Mas o importante mesmo são jogadoras que tenham mentalidade de vencedora, que se acostumam a ganhar bem cedo." Os testes visam, principalmente, definir as levantadoras - até 2008, acha que cinco ou seis atletas serão testadas para a função. Chamou, na primeira convocação, Carol, Marcelle e a jovem Daniele Lins, pela primeira vez na seleção adulta. "A Dani vem sendo trabalhada desde o infanto-juvenil", justificou, dizendo que a garota passou pela seleção juvenil e agora chega à adulta, numa sequência natural que só foi quebrada pela arritmia cardíaca que afastou a atleta para observação médica durante oito meses. Mas Zé Roberto insiste que nenhuma das atletas deixará de ser testada, como Fernanda Berti, Marina ou Fabíola. "Não posso chamar todo mundo de uma vez só." Os torneios, a partir de junho, serão Cormayer, na Itália, Montreux, na Suíça, o Grand Prix da Ásia, a seletiva para o Mundial do Japão, em 2006, e o Sul-Americano, classificatório para a Copa dos Campeões, em novembro, fechando o calendário. As principais rivais no vôlei feminino continuarão sendo as campeãs olímpicas chinesas, trabalhando para ir bem em Pequim, as russas e cubanas, respectivamente prata e bronze. "Mas nós não temos uma seleção ruim, nossa equipe é bem interessante."

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