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Zequinha Barbosa terá projeto social

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Por Agencia Estado
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Zequinha Barbosa diz que quando chegou ao atletismo media 1,77 metro, pesava 51 quilos e "tinha solitária" - um moleque de pernas compridas. "Eu não falo da pobreza. Eu vivi a pobreza, sei o que significa." Meio-fundista como Joaquim Cruz, um atleta que se manteve entre os primeiros colocados do ranking mundial dos 800 metros durante dez anos, aposentado das pistas de atletismo, Zequinha queria apaixonar-se por algo especial, como quando competia. Optou pelo trabalho social, com meninos e meninas que podem ser futuros corredores. Encontrou ajuda na "rede mundial de atletas" e, para estruturar sua entidade, o Instituto Zequinha Barbosa Correndo pela Vida, buscou o know-how no Instituto Ayrton Senna. "Passei fome, disso eu entendo. Acho bom trabalhar pela qualidade de vida de uma criança para ela ser campeã em responsabilidade, respeito, caráter, dignidade, amor, perseverança e coragem....", vai falando Zequinha, sem parar, com as mãos. Observa que nasceu em uma família pobre, em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul e, por isso, levou o projeto para esse Estado. Zequinha começa o trabalho do Instituto em março, com 120 crianças de 7 a 14 anos, na cidade de Campo Grande. A base vai ser a Universidade Católica Dom Bosco, com que fez parceria para o projeto de formação educacional e esportiva complementar, que já tem o patrocínio da Unicef - conseguiu o apoio da entidade por meio de um contato feito por uma ex-atleta e amiga, a australiana Amaya Gillespie. O projeto também tem apoio do Ministério de Esportes e Turismo. Zequinha busca, agora, ajuda internacional da Fundação Kellogg?s e da rede de voluntários do Comitê Olímpico Internacional. Um amigo "dos tempos de escola" e agora sócio no projeto, Luis Otávio Flores, ajudou muito, mas foi a "rede de atletas", com vontade de atuar no segmento social, que fez diferença. Seu objetivo principal é combater a evasão escolar, reforçando o ensino de meninos e meninas em período complementar ao escolar, e, ao mesmo tempo, formar atletas. "Quem sabe não temos ali outros corredores, outros meninos rápidos no meio daquele monte de magrelos...." Retrospecto - Zequinha começou no atletismo praticamente junto com Joaquim Cruz. Tinha como ídolo o triplista João Carlos de Oliveira, o João do Pulo. A melhor fase da carreira de Zequinha - jornalista formado nos Estados Unidos - ocorreu na segunda metade da década de 80 e início dos anos 90, nos 800 m. No auge da forma física e técnica, conquistou as medalhas de bronze no Mundial de 87, em Roma (ITA) e de prata em 91, em Tóquio (JAP); foi ouro no Mundial indoor de 87, em Indianápolis (EUA) e prata no de 89, em Budapeste (HUN). Foi finalista, entre os oito melhores do mundo, nas Olímpíadas de Seul, em 88 (ficou em sexto), e de Barcelona, em 92.

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