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‘A chance de pódio triplo existe’, projeta Pamela Rosa para o skate em Tóquio

Aos 20 anos, líder do ranking mundial da modalidade street leva fé nas meninas do Brasil na Olimpíada

Por Paulo Favero
Atualização:

A skatista Pamela Rosa é um dos grandes nomes do Brasil para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Ela é a atual campeã mundial no street, lidera o ranking internacional e sabe que o País tem potencial para conseguir um feito raro e inédito: ter três competidoras brasileiras no mesmo pódio no Japão. Além dela, outras atletas nacionais são cotadas para isso, como Rayssa Leal, vice-líder do ranking, e Leticia Bufoni, que está se recuperando de lesão, mas é considerada uma das melhores do mundo. “A gente não pode, jamais, duvidar dessa chance de pódio triplo das meninas”, disse ela ao Estado.

Pâmela Rosa é uma promessas de medalha para o Brasil no skate Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo

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Aos 20 anos, Pamela vive em São José dos Campos, no interior paulista, e desde cedo mostrou enorme talento. Começou na modalidade por acaso, quando um amigo de seu irmão apareceu em sua casa com um skate. Depois ganhou seu próprio equipamento e chamou mais atenção com vitórias internacionais – tinha 16 anos quando venceu o XGames, famoso evento de esportes radicais. Desde então, coleciona vitórias em cima do skate. Passou a receber patrocínios e agora olha a Olimpíada como um momento importante para o esporte que pratica. Em um dos seus treinos, ela conversou com o Estado.

O que tem feito para se preparar nesta reta final para Tóquio? Estou focada para os campeonatos, cuidando do meu corpo, ainda mais agora que tive uma pequena lesão no tornozelo. Então estou focada para isso, para melhorar, ficar 100% e poder competir bem no ano.

Como é a rotina de treinamento de uma skatista profissional? Academia logo cedo, faço fortalecimento à tarde e ando de skate de noite. Mas como estou voltando de lesão, faço dois períodos de fisioterapia.

Você precisou mudar sua vida por causa da inclusão da modalidade no programa olímpico? Nos treinos, minha rotina não mudou muito, só procuramos evoluir mais nas manobras e cuidar melhor do corpo. De maneira geral, minha vida não mudou tanto depois que o skate foi incluído no programa olímpico. Todos os torneios de que participei no ano ainda estão acontecendo e agora é só mais um, que é o principal.

Pâmela lidera o ranking mundial do skatena modalidade street Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo

Como você vê o fato de servir de inspiração para muitas outras meninas que sonham ser skatistas como você, profissional? Eu fico muito feliz porque quando comecei a andar de skate não tinha menina na minha cidade para me inspirar, não tinha muitas condições de ter um celular sequer, um notebook para ver as meninas andando de skate fora. Então poder ser uma inspiração para as meninas e poder andar de skate com elas é muito bom.

Você tem uma trajetória bonita no esporte. Do que mais se orgulha na modalidade? O que eu mais me orgulho é o foco que tenho no skate. Posso estar zoando, tranquila... Mas quando está valendo, foco muito em tudo o que eu faço. Sou competitiva e gosto disso.

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Algum dia imaginou que estaria em fotos com a Marta, jogadora de futebol, ou que o skate fizesse parte da ‘Turma da Mônica’, de Mauricio de Souza? Isso ainda é um segredo, não posso soltar nada do que vai acontecer nos quadrinhos. Com a Marta também é segredo, mas logo mais estará aí nas redes sociais um evento. Ela é uma pessoa muito gente boa. Foi incrível conhecer o Mauricio de Sousa, pai da ‘Turma da Mônica’. E esse trabalho, isso aí, logo vocês vão ver também.

É inegável que você tem certo favoritismo para a Olimpíada, quem sabe até ao ouro. Como lida com essa pressão? Acho que pressão sempre tem, até nos torneios, não só porque sou líder do ranking. Estou focada nos campeonatos, procuro não me preocupar muito em ser a líder do ranking porque, até então, o nível do skate está elevado e isso tudo até maio pode mudar. 

É possível que o Brasil conquiste um pódio triplo nos Jogos de Tóquio, o que seria algo inédito? Tudo é possível. Das 20 meninas, quatro ou cinco brasileiras brigando pela vaga, então a gente não pode duvidar dessa chance de pódio triplo das meninas. A chance existe.

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