Depois de conquistar duas medalhas olímpicas de ouro e uma de prata competindo na classe Laser, na qual velejava sozinho, o brasileiro Robert Scheidt terá companhia ao tentar repetir suas boas atuações anteriores nas águas de Qingdao, nos Jogos Olímpicos de Pequim. Desde a Olimpíada de Atenas, Scheidt, de 35 anos, passou a competir pela classe Star (dois velejadores por barco) e navegará agora ao lado de Bruno Prada. O brasileiro conquistou sua primeira medalha de ouro nos Jogos de Atlanta (1996), superando o britânico Ben Ainslie de forma dramática -- na última regata, os dois acabaram sendo desclassificados porque queimaram a largada. Ainslie vingou-se em Sydney. A rivalidade entre os dois veio novamente à tona quando Scheidt investiu contra o rival, viu-se desclassificado da regata final e precisou contentar-se com a prata. Depois de Ainslie ter passado para a classe Finn, Scheidt retomou o ouro em Atenas (2004), ainda competindo na Laser. Depois de vencer seu oitavo título mundial no Brasil, em 2005, o velejador abandonou a Laser e juntou-se a Prada para competir pela Star, a classe que mais exigiria em termos de técnica e competitividade entre as categorias de vela disputadas em Jogos Olímpicos. "Eu ainda gosto de velejar e tenho a mesma motivação para competir. Mas, depois de 18 anos competindo na classe Laser, a mudança para a classe Star representou um enriquecimento em termos de atividade", afirmou Scheidt à Reuters. A dupla brasileira ficou em um respeitável sexto lugar no campeonato mundial de Star de 2005, e depois conquistou o segundo lugar um ano mais tarde. No ano passado, em Portugal, a dupla garantiu o título mundial da Star pela primeira vez. Scheidt e Prada tiveram de se contentar com o terceiro lugar no Mundial de 2008, realizado em Miami, mas se mostram bastante confiantes agora. Os dois venceram uma regata de teste realizada em Qingdao no ano passado.